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Sindicato luta contra a terceirização e demissões na Nestlé

Trabalhadores da unidade da Nestlé de Cordeirópolis-SP foram comunicados, na terça-feira (02), de que a partir de 1º de agosto, parte das atividades operacionais desenvolvidas na unidade será terceirizada, e os empregados demitidos.

É a segunda vez que a empresa realiza este tipo de ação, e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Limeira e Região (Stial) promete resistir mais uma vez.

Nesta fase das demissões, serão cerca de 80 trabalhadores, e para o sindicato está clara a intenção da Nestlé – terceirizar toda a mão de obra em Cordeirópolis.

“O único objetivo deles é reduzir custos, focando nos salários e benefícios dos trabalhadores”, apontou o presidente do Stial, Artur Bueno Júnior.

O sindicato obteve informações de que o mesmo processo de terceirização e demissões está ocorrendo na unidade de São Bernardo do Campo-SP.

“Já havíamos alertado de que este seria o grande objetivo da Reforma Trabalhista. Possibilitar o corte de gastos, mediante a precarização do trabalho, e a destruição de benefícios e direitos”, afirmou Júnior.

Estado de greve

Durante assembleias realizadas pelo sindicato na quarta (03), com todos os trabalhadores na portaria da empresa, os empregados decidiram entrar em estado de greve.

Caso a Nestlé não abra negociações com o sindicato, tendo como objetivo evitar as demissões e a terceirização, a paralisação poderá ser decretada a qualquer momento. Durante as assembleias, os trabalhadores manifestaram repúdio contra as ações da empresa.

Em janeiro deste ano, a Nestlé já havia demitido quase 100 empregados em Cordeirópolis. Sob pressão do sindicato, que conseguiu suspender as demissões naquele momento, a empresa foi obrigada a negociar um pacote de benefícios.

Durante audiência ocorrida em fevereiro, na 1ª Vara Trabalhista de Limeira, os empregados aceitaram a proposta.

Naquela ocasião, os trabalhadores terceirizados foram contratados com salários 50% menores, além de redução de benefícios, que atualmente são negociados pelo Stial.

Fotos: Stial