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Com Cirso da Silva

“Que pena que atuem apenas sob pressão”

Por ter sido uma das principais fontes de contágio do Covid-19 em Cianorte, e por esse motivo ter sido fechada pelo Ministério Público do Trabalho, a avícola Avenorte reabriu hoje segunda-feira, 29, com sua capacidade reduzida.
Foto: Difusão

Conversamos sobre isso com Cirso da Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação de Cianorte (SITRACIA), que representa os trabalhadores e as trabalhadoras da indústria frigorífica daquele município do Paraná.

Na última quarta-feira, 24, a empresa teve que ser fechada devido a uma série de contágios que impactaram o sistema de saúde local. Cerca de 200 trabalhadores da avícola testaram positivo para Covid-19 e outros 800 foram retirados das linhas de produção por apresentarem sintomas.

«Após a denúncia do sindicato e o subsequente fechamento da fábrica pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), houve uma audiência na quinta-feira 25 de junho, chegando-se a um acordo», afirmou o dirigente.

A reabertura da avícola ficou condicionada ao compromisso de a empresa realizar testes em grande número nos trabalhadores e trabalhadoras da empresa, além de garantir que apenas 40% dos trabalhadores estariam presentes nas linhas de produção.

«Na última sexta-feira, dia 26, fomos com os advogados do sindicato e com o procurador do MPT para acompanhar se o acordo estava sendo cumprido e, na verdade, eles já estavam testando todos os funcionários da fábrica», informou Cirso.
Como explicou o dirigente, a realização de testes durou todo o fim de semana, e eles ainda hoje continuavam realizando os testes.
«A empresa reabriu nesta segunda-feira, não sabemos se com esses 40% de sua capacidade ou com menos, porque depende de quantos trabalhadores e trabalhadoras tenham sido testados. Só teremos essas informações no final do turno da tarde», disse.

Os funcionários e as funcionárias que testarem positivo terão que cumprir o isolamento por pelo menos 14 dias e, antes de retornar, precisarão ser reexaminados para reduzir a possibilidade de novo foco de contágio.

O sindicalista lamentou que a empresa tenha tomado essas medidas apenas sob pressão, porque se a prevenção tivesse sido realizada a tempo, o cenário teria sido completamente diferente.