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Três anos após a tragédia de Brumadinho

Quanto Vale a vida?

Em 25 de janeiro de 2019, uma barragem da mineradora Vale SA na cidade de Brumadinho de Minas Gerais rompeu, destruindo tudo em seu caminho, sendo essa uma das maiores tragédias ambientais e humanas do Brasil, com quase 300 mortes e um enorme impacto ambiental de longo prazo.

Amalia Antúnez

22 | 08 | 2022


Foto: Divulgação

Três anos após a tragédia, a justiça condenou a empresa a pagar uma multa de 17 milhões de dólares por a Controladoria-Geral entender que a Vale não apresentara informações confiáveis sobre as condições de sua barragem antes do desastre de 2019.

Foram 12 milhões de metros cúbicos de lama com resíduos de mineração (equivalente a 4.800 piscinas olímpicas) que destruíram a região e puseram fim às principais atividades da comunidade: pesca e agricultura.

A Vale, uma das maiores produtoras de ferro e níquel do mundo, não apresentou "informações fidedignas" sobre o rompimento da barragem à Agência Nacional de Mineração (ANM), o órgão federal que emitiu uma Declaração de Condição de Estabilidade positiva para a estrutura da barragem.

O governo brasileiro entende que, se tivesse recebido as informações verdadeiras, a declaração teria sido negativa, o que significa que a Vale incorreu em “ato danoso à administração pública” por dificultar as tarefas de fiscalização.

Em janeiro de 2020, o Ministério Público de Minas Gerais apresentou denúncia contra a mineradora Vale e contra a empresa alemã Tüv Süd, responsável pela emissão de certificados de segurança para as instalações da Vale em Brumadinho. Este processo ainda está pendente.

Relatórios das comissões parlamentares de inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, da Câmara dos Deputados e do Senado também indicaram que a declaração de estabilidade foi manipulada.

Todas as evidências revelam que a tragédia de Brumadinho era evitável, embora para empresas como a Vale os trabalhadores, o sustento da comunidade e a natureza valem apenas alguns punhados de dólares.