-O que está havendo na Nestlé?
-Durante uma das reuniões mensais mantidas com a empresa, abordamos a questão da reestruturação das posições de trabalho e do nivelamento salarial. Há companheiros que mudaram de posto de trabalho, sem nunca terem tido o seu salário reajustado.
O gerente geral da Prolacsa (Nestlé) apresentou uma proposta denominada Plano de Desenvolvimento de Posições Operativas, onde além de mudar o nome das diferentes posições operativas, pretende criar um grupo de dez ‘trabalhadores polivalentes’.
-O que é isso exatamente?
-De acordo com o que já falamos, a empresa capacitaria estes trabalhadores para operar todo tipo de maquinarias e para desempenhar algumas tarefas administrativas.
Infelizmente, o gerente não quis entrar nos detalhes e, em seguida, teve que sair do país.
Enviamos, imediatamente, uma carta solicitando explicações. Queremos saber quais serão as funções desses trabalhadores, qual será a escala salarial e quais serão os perfis para esses postos de trabalho.
Além disso, precisamos conhecer os riscos presentes em cada área e com que frequência farão as tarefas dos demais trabalhadores.
Ressaltamos também a importância de passar por um processo de negociação bipartite qualquer tipo de reestruturação de posições de trabalho.
Já se passou uma semana e ainda não tivemos nenhuma resposta.
-Vocês estão preocupados com o quê?
-Estamos preocupados com o fato de não estarem explicando nem os detalhes e nem os conteúdos da proposta. Só disseram que se trata de um plano para ser aplicado regionalmente, dando a entender que não há espaço para negociações.
São assuntos muito delicados. A falta de informação nos leva a duvidar sobre as reais intenções da Nestlé.
Não queremos que a reestruturação sirva para flexibilizar mais o trabalho, nem para aumentar o risco de acidentes. E, menos ainda, para gerar conflitos entre os próprios trabalhadores. Não vamos permitir que isso aconteça.
A convenção coletiva é clara: a empresa reconhece o sindicato como representante legítimo dos trabalhadores e das trabalhadoras no âmbito social, econômico e trabalhista.
-Quais serão os próximos passos?
-Vamos apresentar uma proposta, porque não podemos aceitar que sigam atribuindo mais funções aos trabalhadores e trabalhadoras, sem nenhuma readequação salarial.
Também vamos pressionar para que sejam resolvidos alguns problemas que estamos tendo, especialmente os maus-tratos sofridos pelos companheiros e companheiras, vítimas do recém-nomeado supervisor Arles Camacho. Assim como, a falta de informação sobre as mudanças que querem fazer no departamento técnico e na área de operadores de armazém.
Vamos informar toda esta situação para a UITA e para a Felatran. Também nos assessoraremos internacionalmente para decidir que passos seguir.
Agradecemos aos nossos aliados e lhes pedimos que estejam atentos ao que pode acontecer durante as próximas semanas.