Terezinha foi presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Nossa Senhora do Livramento, participando sempre na luta pela reforma agrária e pela demarcação das terras dos quilombolas.
“A companheira também foi prefeita e dirigente da Federação dos Trabalhadores Rurais de Mato Grosso. Nas eleições passadas foi candidata a vice-prefeita de sua cidade. Era uma mulher muito ativa na luta”, enfatizou.
Terezinha também era a presidenta da regional de Mato Grosso da União Nacional de Cooperativas de Agricultores Familiares (Unicafes), sistema de cooperativas liderado pela Contag.
“Estava plenamente envolvida na tarefa de organizar a produção da agricultura familiar. Sua morte tão brutal nos deixa consternados”, informou D’Angelo.
Não houve indícios recentes de que ela tivesse sido ameaçada de morte, contudo as características do duplo assassinato são muito parecidas às de centenas de assassinatos vinculados aos conflitos agrários, ocorridos nestes últimos anos.
“A Contag está acompanhando a investigação de perto, pressionando os organismos envolvidos para os fatos serem esclarecidos o mais rápido possível”, afirmou D’Angelo.
A onda de violência contra os camponeses, agricultores familiares, líderes rurais e povos originários no Brasil está atingindo cifras alarmantes em 2017.
De acordo com os dados da Comissão Pastoral da Terra, foram cometidos 41 assassinatos por conflitos agrários até agora, só neste ano de 2017, cifra que se aproxima do total de mortes ocorridas em 2016.
Este total não inclui as mortes de Terezinha nem de seu esposo Aloísio. Também não inclui a morte de homens, mulheres e crianças de uma tribo isolada no Vale do Javari, na Amazônia, num massacre sem tamanho.