Ao finalizar as negociações, em 3 de maio passado, os dois sindicatos de Cervejaria Nacional (1) decidiram realizar uma greve de três dias que teria sido iniciada no dia 1 de junho.
“Durante quase três meses a empresa não mostrou vontade alguma para encontrar uma solução para o conflito, negando-se a aceitar qualquer proposta. Não tivemos outra opção a não ser declarar greve”, disse para A Rel Jaime Acevedo, secretário de Defesa e de Trabalho do STICP.
Entre as principais violações à convenção coletiva, o diretório sindical mencionou demissões disfarçadas de aposentadorias voluntárias, casos de violação da liberdade sindical, assim como o desrespeito à legislação trabalhista e ao legítimo papel desempenhado pelo Sindicato como representante dos interesses de seus filiados.
De repente, no dia 14 de maio, a empresa mudou de atitude e aceitou voltar a se reunir para discutir os problemas denunciados pelos trabalhadores.
“Chegamos a um acordo sobre todos os pontos discutidos e fechamos a pauta de 25 de maio. A empresa se comprometeu a cumprir com tudo o que foi assinado na mesa de negociação”, explicou Acevedo.
A Cervejaria Nacional (AB InBev) garantiu que irá respeitar o procedimento de demissão estabelecido pela legislação trabalhista. Também prometeu não tomar nenhuma atitude em represália, nem mesmo nenhuma medida disciplinar contra os trabalhadores, fora das previstas no regulamento interno.
Aliás, a empresa também se empenhou em pagar em tempo e forma as férias, o auxílio transporte e os salários, sem descontar nenhum valor que não esteja previsto por lei.
“Esperamos que a transnacional não volte a descumprir os acordos assumidos com as organizações sindicais. Pois, estaríamos de novo obrigados a nos utilizar das medidas de pressão que a lei nos garante”, manifestou o secretário de Defesa e de Trabalho do STICP.
Jaime Acevedo informou ainda haver problemas a serem resolvidos.
Durante os últimos meses, a AB InBev tem obrigado seus caminhoneiros a cobrarem dos clientes, só que se recusa a contratar pessoal de segurança para os caminhões.
Além disso, a empresa se nega a conceder uma compensação por esta tarefa adicional, e a colocar um valor máximo para o montante total que o caminhoneiro cobrará.
“Sendo assim, convidamos a empresa a se sentar novamente para dialogar e revolver esta situação. Esperamos que aceitem conversar e não nos obriguem a entrar com uma nova ação por violações aos nossos direitos perante o Ministério do Trabalho”, concluiu Acevedo.