Brasil | SINDICATOS | JUVENTUDE

Com Mónica Buffon

“Os jovens são o presente”

Neste dia 12 de agosto, comemora-se o Dia Internacional da Juventude e, em 6 e 8 de agosto, nossa filiada Contag realizou o Festival da Juventude Rural, desta vez na modalidade virtual. Sobre isso, conversamos com Monica Buffon, Secretária de Juventude da Contag e Presidenta Mundial do Comitê de Jovens da UITA.

Mónica Buffon | Foto: Gerardo Iglesias

-Como você avalia o primeiro festival virtual da juventude?
-Foi sem dúvida uma atividade muito desafiadora para todos, principalmente porque no campo brasileiro temos que nos enfrentar à barreira do acesso à internet. Estamos tentando lidar cada vez mais com as redes sociais, sendo essa uma experiência muito positiva.

Conseguimos nos conectar com mais de 90.000 pessoas, entre jovens rurais e suas famílias, filiados, filiadas e amigos da Contag.

-Como essa nova realidade impacta no trabalho sindical?
-Justamente hoje, por causa do Dia Internacional da Juventude, fizemos uma reunião virtual com as filiadas da UITA, com participantes do mundo inteiro, sendo essa uma das principais questões levantadas.

A nova realidade está fazendo com que todo o movimento sindical, de todos os setores produtivos, tenha que se reinventar.

Antes, para nós, a forma de trabalhar era olho no olho com os trabalhadores e as trabalhadoras. E agora, essas novas formas de comunicação impostas pela pandemia nos trouxeram vários desafios, que estamos deslanchando para continuar nossa tarefa.

Os mais prejudicados

-Você acha que para os jovens, filhos dessa era digital, a nova forma de se comunicar é mais fácil do que para o resto dos trabalhadores e trabalhadoras?
-Com certeza! E, de certa forma, notamos isso na construção do nosso primeiro Festival virtual, que apesar de apresentar algumas dificuldades, conseguimos andar com mais facilidade, em comparação com outras iniciativas.

Por outro lado, somos também nós os jovens, um dos grupos mais atingidos pelo desemprego. Também somos nós os que estamos na linha de frente quando falamos de contágios por Covid-19.

Para o imaginário coletivo, os jovens ainda estão em processo de aprendizagem e, devido à pouca experiência, estão mais vulneráveis aos diferentes esquemas de exploração.

Por outro lado, como os idosos estão no grupo de risco para a Covid-19, os jovens ocupam lugares onde há mais precariedade, são os mais expostos ao vírus e os que recebem um menor salário.

Esta é uma das grandes preocupações que temos hoje.

-Que mensagem você enviaria hoje aos jovens trabalhadores em comemoração por esse dia?
-Gostaria de dizer a eles que promovemos a unidade de todos os jovens do mundo inteiro e que também promovemos esperança, porque só dessa maneira será possível ter força para enfrentar o momento atual e lutar por nossos direitos.

Que a construção do diálogo e da solidariedade seja a nossa bandeira, e que a esperança nos guie, porque nós jovens não somos apenas o futuro, também somos o presente.