"Essa empresa avícola emprega cerca de 3.000 trabalhadores e trabalhadoras de vários municípios da região, entretanto sempre foi muito difícil negociar com a empresa, porque os proprietários são o prefeito de Cianorte e um deputado estadual", diz o dirigente.
Segundo Cirso, a avícola não considera o sindicato e não cumpre as disposições básicas de saúde para evitar o contágio por Covid-19.
"Em 12 de maio, registrou-se um trabalhador da Avenorte como o primeiro caso positivo de coronavírus. Desde então, o contágio ocorreu de forma vertiginosa, devido à falta de medidas preventivas. Só nessa avícola 800 pessoas foram afastadas com sintomas", alerta.
Diante dessa situação, o sindicato entrou em contato com o Ministério Público do Trabalho (MPT), que se encarregou do assunto, notificando a empresa a comparecer em uma audiência com o objetivo de assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
"A Avenorte retardou o acordo e se recusou a realizar um teste, pedido pelo MPT, em todos os seus trabalhadores. Diante disso, o MPT solicitou o fechamento da fábrica, por ser um foco de contágio na região, que já registra quase 200 casos positivos. Estima-se que haverá muitos mais."
Na segunda-feira, 22 de junho, a Justiça do Trabalho determinou o fechamento da fábrica por pelo menos 14 dias, bem como a realização do teste em 100% do pessoal da avícola.
"Foi uma vitória importante para nós que a justiça tenha fechado a Avenorte, exigido a realização dos testes, e garantido aos trabalhadores e trabalhadoras positivos para Covid-19 o atendimento médico e o salário", disse Cirso.
"Devemos aguardar 48 horas para que essa disposição judicial entre em vigor, pois dentro desse prazo a empresa pode recorrer da sentença. Entretanto, avalio que devido à magnitude da emergência sanitária esse parecer será mantido", concluiu.