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7º episódio da série
“Enfrentando o Condor. Quando os governos matavam

O papel dos repressores brasileiros no desaparecimento do ítalo-argentino Lorenzo Ismael Viñas

O Movimento Justiça e Direitos Humanos (MJDH) de Porto Alegre mantém um dos principais arquivos da Operação Condor, e farta documentação sobre sua própria atuação durante as ditaduras militares instaladas no Cone Sul da América.

Rel UITA

12 | 07 | 2023


Claudia Allegrini, viúva de Viñas

Naqueles anos, os governos do Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Bolívia, Paraguai, Peru e Equador trabalharam em colaboração clandestina e criminosa para aniquilar a oposição política. Promoviam sequestros, torturas, assassinatos, desaparecimentos e apropriações de crianças.

No sétimo e último episódio da primeira temporada da série Enfrentando o Condor. Quando os governos matavam, revela-se o papel dos repressores brasileiros no desaparecimento forçado do ítalo-argentino Lorenzo Ismael Viñas Gigli em 1980.

O jovem, que na época tinha 25 anos e era filho do famoso escritor argentino David Viñas, foi sequestrado em Paso de los Libres, na fronteira com o Brasil. Sua irmã María Adelaida, um ano mais velha, havia sido sequestrada três anos antes em Buenos Aires e também está desaparecida.

Uno de los responsables del caso de Lorenzo Viñas, el torturador brasileño Átila Rossester, estaba siendo juzgado en Italia por ese crimen cuando murió, en 2021, a los 97 años.

O MJDH forneceu documentação e testemunhou em audiências judiciais em Roma para condená-lo.

Conforme informado pelos sobreviventes que estavam com ele no centro clandestino de Campo de Mayo, Lorenzo foi barbaramente torturado e provavelmente jogado no Río de la Plata em um dos muitos «vôos da morte». Ele teria ficado noventa dias vivo.

Uma dessas ex-detidas, Silvia Tolchinsy, a última pessoa que o viu com vida, contou que Lorenzo Viñas nunca se separou da foto de sua filha.
 


Vídeo: MJDH