Ampla maioria aprova a integração da Palestina com a ONU
No dia 10 de maio a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou por 143 votos a 9, com 25 abstenções, apoiar a candidatura palestina para integrar-se como membro pleno do organismo
Carlos Amorín
16 | 5 | 2024
Imagen: Allan McDonald
Além de os Estados Unidos e Israel, votaram em contra governos de ultradireita como os da Hungria, República Tcheca e Argentina, e países satélites como Micronésia, Nauru, Palau e Papua Nova Guiné. O presidente argentino Javier Milei está se condenando ao lixo da história.
Estados Unidos já anunciou que vetará a resolução no Conselho de Segurança, mas mesmo assim a presença e a participação da missão palestina na ONU estão sendo incrementada já que terá direito de sentar-se na Assembleia Geral entre outros Estados em ordem alfabético, em vez do seu atual lugar de observador no fundo da câmara.
Os diplomatas palestinos terão direito de apresentar propostas e emendas, poderão ser eleitos para cargos oficiais na câmara plenária e nas comissões, e terão o direito de falar sobre questões do Oriente Médio, como também fazer declarações em nome de grupos de nações na Assembleia.
Durante a sessão, o representante israelita, Gilad Erdan, pronunciou um discurso furioso, rasgou uma capa das Cartas das Nações Unidas alegando que “Estão destruindo a Carta da ONU com as próprias mãos. É isso mesmo, sim! É isso o que eles estão fazendo. Triturar a carta da ONU. Que vergonha”.
Surpreende saber que os Estados Unidos têm em vigor uma lei desde 1990 que proíbe o financiamento da ONU ou de qualquer agência da ONU “que outorgue à Organização para a Liberação da Palestina a mesma posição do que os Estados Membros”. A pesar de já estar sabendo que a resolução seria vetada, Israel, com o apoio de vários legisladores republicanos, exigiu mesmo assim a aplicação da referida lei.
O representante palestino, Riyad Mansour, por sua vez, expressou que “Enquanto falamos, 1,4 milhão de palestinos em Rafah se perguntam se sobreviverão este dia e para onde irão depois. Não há mais para onde ir”, disse.
O voto da Argentina contra a resolução constitui um capítulo vergonhoso na história diplomática e de política internacional do país, e é mais uma prova de que Javier Milei está na política para favorecer e proteger os interesses de seus amigos e correligionários.
Seu voto mancha a soberania e a rica história da Argentina no âmbito das Nações Unidas.
Enquanto os protestos contra o massacre israelense em Gaza continuam em várias universidades estadunidenses e começam a se espalhar pela Europa, o exército do fundamentalista Netanyahu“ordenou” que 350 mil palestinos deixem seus refúgios no sul de Gaza, prometendo um ataque iminente.