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Com Siderlei de Oliveira
A União Europeia cancelou a importação de frango brasileiro

“O impacto será gigantesco”

São 20 avícolas brasileiras rejeitadas pelos países membros. A decisão foi tomada após a UE considerar deficiências nos sistemas de controle sanitário. As consequências para o emprego dos trabalhadores serão muito duras, lamentou Siderlei de Oliveira, presidente da Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores da Alimentação (Contac).

“Esta é mais uma chicotada da operação Carne Fraca”, afirmou o sindicalista.

Nesta quinta, 19 de abril, a UE proibiu a entrada de frangos provenientes de cerca de 20 frigoríficos avícolas do Brasil, representando 36 por cento das exportações do setor.

Estima-se que cerca de 40 mil postos de trabalho desaparecerão, aumentando o número de desocupados, que hoje chega à cifra de 12 milhões”, destacou Siderlei.

A Contac e a CNTA Afins já vinham desenvolvendo um trabalho conjunto com empresas do setor, especificamente com a BRF, para tratar de paliar os devastadores efeitos da denúncia de fraude no controle sanitário. Descobriu-se que escondiam casos de salmonela em quatro unidades da empresa. Essa denúncia terminou por impedir as exportações do produto.

Só que este novo golpe já saiu da esfera da BRF, porque também envolve várias avícolas que não poderão exportar para o mercado europeu, um de seus principais destinos.

“Tudo começou com a decisão do ministro da Agricultura, Blairo Maggi de suspender a exportação de frangos para a Europa com o fim de examinar a qualidade do produto, gerando desconfiança por parte do mercado europeu. E, hoje, vemos as consequências de tal medida”

“Seriam 12 frigoríficos da BRF suspensos nesta instância. Já tínhamos agendada uma reunião com a empresa para o dia 4 de maio, visando a analisar possíveis soluções para esta crise. Citamos todos os sindicatos do setor para uma reunião no dia 24 de abril, onde avaliaremos qual melhor caminho a seguir”, informou.

Siderlei recalcou a importância da REL-UITA nesta nova etapa de luta.

Vamos aplicar medidas internacionais, não há outra opção, e a UITA será a nossa principal parceira para podermos chegar à Europa e revelar o enorme custo sindical que a decisão da UE nos acarretou”, disse.


Foto: Gerardo Iglesias