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“O desafio foi lançado”

Nos dias 13 e 14 de novembro, foi realizado em São Paulo o primeiro seminário nacional de trabalhadores e trabalhadoras do setor de frigoríficos do Brasil. O encontro, organizado por nossas organizações filiadas Contac e Cnta, reuniu representantes de diferentes estados do país.

Neuza Barbosa de Lima, Secretária de Relações Internacionais da Cnta e vice-presidenta da Fetiasp, percebeu o projeto como muito promissor, apesar de não ser simples.

“Lançamos o desafio de unificar a luta no setor da alimentação neste seminário. Não será fácil, mas temos a obrigação de tentar”, disse.

Para a dirigente, o que precisa ser destacado é o compromisso tanto da Contac como da Cnta na realização desta reunião, visando a discutir a pauta nacional unificada.

“Sabemos que ainda há personalismos e organizações que compõem as nossas confederações que se resistem ao que estamos fazendo hoje, mas nosso objetivo será trabalhar e trabalhar para reverter isso e trazer todos para mais perto desta luta porque se não nos unirmos, vamos desaparecer”, analisou.

Neuza intui que com o trabalho iniciado neste seminário, juntamente com o apoio da Rel UITA, num futuro próximo será possível chegar a uma fusão entre as duas organizações.

Nós dirigentes devemos deixar de lado os individualismos e pensar coletivamente no que é melhor para a classe trabalhadora, para os trabalhadores e trabalhadoras que representamos. Eles são o que verdadeiramente importa aqui«, afirmou.

Unir-se para enfrentar um governo a serviço do capital

“O trabalho a ser feito é no nível nacional e com todas as bases sindicais, sendo imperiosa esta unidade diante do ataque sistemático ao movimento sindical.»

Dois dias antes do início do seminário, o governo de Jair Bolsonaro anunciava outra medida contra os sindicatos: não será mais obrigatório haver representação sindical quando negociada a Participação nos Lucros e Resultados das empresas.

“Isso propiciará aos empresários a possibilidade de darem aos trabalhadores o montante que lhes der na telha. O que vamos ter que fazer nós como organizações sindicais será incluir este ponto dentro das convenções coletivas nas mesas de negociação. Outra odisseia para um sindicalismo brasileiro já tão calejado.

Contamos com o apoio de nossa Rel UITA para enfrentar essa nova batalha», concluiu.


Em São Paulo, Amalia Antúnez