A empresa ofereceu o pagamento de R$ 22 milhões, sendo R$ 15 milhões 30 dias após a homologação do acordo, e o restante em 7 parcelas mensais.
“Chegamos bem próximo da última proposta do sindicato, oficializada no dia 18. Agora, é levar aos trabalhadores para apreciação e decisão”, comentou o presidente da entidade, Artur Bueno Júnior.
No dia 10 de julho, a proposta será discutida através de assembleias, que serão realizadas por videoconferência (em razão do distanciamento social), através da plataforma virtual Teams (https://teams.microsoft.com). O acesso deverá ser solicitado ao sindicato até o dia 9 de julho pelo e-mail stial@stial.com.br, ou pelo Telefone/WhatsApp (19) 99235-7517. Os interessados devem informar nome, telefone e CPF.
Após as assembleias de esclarecimento, a proposta deverá ser votada pelos trabalhadores nos dias 14 e 15 de julho, na sede da empresa, com participação do sindicato. No dia 15 de julho, das 9h às 17h, uma urna ficará na sede do sindicato (Rua Siqueira Campos, 96, Centro, Limeira-SP), exclusivamente para atender aos trabalhadores demitidos e afastados, ou que estejam de férias.
No caso de aprovação pela maioria, os valores serão pagos proporcionalmente a cada trabalhador, mediante seu tempo de serviço na Ajinomoto pelos último 5 anos, antes de novembro de 2017. O cálculo da proposta utiliza um valor base/mensal para todos, independentemente do salário de cada empregado, o que significa R$ 215,03 brutos por mês trabalhado.
Em sua última demanda, o Stial havia proposto exatamente o pagamento de R$ 22 milhões – mas com quitação à vista.
“Na primeira conversa sobre possibilidade de acordo, a Ajinomoto havia proposto apenas R$ 6 milhões, o que prova o quanto avançamos nesta reivindicação. A evolução só foi possível graças ao departamento jurídico da entidade, através da nossa advogada Sueli Yoko Taira, além da resistência e insistência do sindicato e trabalhadores. Lição para o futuro, para muitas lutas que ainda virão”, comentou o dirigente.
A ação do Stial cobra o pagamento das horas de percurso da Ajinomoto pelos 5 anos anteriores à Reforma Trabalhista, que em novembro de 2017 extinguiu esse direito. A Justiça de Limeira deu ganho de causa aos trabalhadores, mas a empresa apresentou recursos.
O juiz responsável percorreu, de ônibus, o trajeto entre a malha urbana de Limeira até a empresa, na ida e na volta, anotando 37 minutos de viagem.
Quando a Ajinomoto recorreu da sentença judicial, o Stial abaixou sua proposta para um valor que representa 20 minutos de trajeto – correspondentes aos R$ 22 milhões em questão, com base no salário médio dos empregados envolvidos na ação.
“Realizamos as audiências de conciliação sempre com muita transparência aos trabalhadores e flexibilizamos onde era possível, para uma proposta de acordo razoável aos empregados. Sempre firmamos posição, porém, sobre um mínimo negociável”, explicou Yoko Taira.
A conquista tem dimensão nacional e internacional, no contexto da luta contra os desmandos da Reforma Trabalhista. O Stial contou com apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins (CNTA), da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de São Paulo (Fetiasp), além da União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação (UITA).