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Nestlé tenta atropelar direitos dos trabalhadores e categoria reage

Foi a proposta patronal mais agressiva dos últimos anos, e uma verdadeira afronta aos direitos dos trabalhadores.

Em 2018, a Nestlé de Cordeirópolis-SP não quer conceder reajuste de salário e nem PLR (Participação nos Lucros e Resultados), além de acabar com o adicional por tempo de serviço, reduzindo os valores das horas extras, do Ticket Alimentação e do subsídio para compra de medicamentos.

“A empresa também quer diminuir o percentual do adicional noturno, que hoje é de 70%, para 50%. Se aprovada, a proposta impactaria de forma brutal nos salários”, apontou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Limeira e Região (Stial), Artur Bueno Júnior.

Nesta terça-feira (6), a intenção da Nestlé foi recusada pelos trabalhadores. Durante assembleia realizada pelo sindicato, os empregados da unidade gritaram um sonoro “NÃO”, ao que estão chamando nos corredores da empresa de “pacote de maldades”.

“Os companheiros precisam estar unidos ao sindicato, para impedirmos este verdadeiro ataque à categoria”, continuou Júnior.

Pontos

A proposta da Nestlé foi apresentada ao Stial durante reunião de negociação ocorrida nesta segunda-feira (5). Na ocasião, a empresa propôs a redução do Ticket Alimentação a R$ 650,00, com exclusão do pagamento do 13º ticket. Além disso, trabalhadores afastados e aqueles sob contratos de experiência de 90 dias perderiam o benefício.

A direção ainda propôs reduzir o subsídio de 90% para 50% para compra de medicamentos, e acabar com o benefício para aqueles que recebem mais de 10 salários mínimos, sendo que as horas extras, hoje pagas com aumento de 90% pela empresa, teriam valor reduzido para 60%, e as horas extras com adicional de 100% seriam reduzidas para 70%.

“No caso da PLR, a empresa quer estabelecer um plano de metas sem a garantia de pagamento de um valor mínimo. Isto é um ultraje para a categoria”, exaltou Júnior, reproduzindo o sentimento geral durante a assembleia realizada na terça.

Agora, o Stial aguarda uma nova reunião, e uma contraproposta da Nestlé.

“Não descartamos uma paralisação, se o assunto permanecer assim”, finalizou o dirigente sindical.