Foi a posição da empresa, em reunião de negociação realizada por vídeo conferência nesta terça-feira (18), com participação do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Limeira e Região (Stial). A entidade representa dos trabalhadores da unidade de Cordeirópolis-SP.
A multinacional suíça também não apresentou nenhuma proposta de reajuste salarial. “A Nestlé usa o argumento do Coronavírus, para tentar lucrar ainda mais em cima da mão de obra dos trabalhadores e trabalhadoras”, criticou o presidente do sindicato, Artur Bueno Júnior.
Ele lembrou que a ausência de correção salarial e atualização dos benefícios previstos em Acordo Coletivo de Trabalho impõem aos trabalhadores toda a perda inflacionária do período.
O dirigente fez menção ao trabalho dos empregados em plena pandemia. “No momento em que outras categorias estão impedidas de produzir, a Nestlé continua produzindo, vendendo e entregando normalmente os seus produtos. Todos os dias, os trabalhadores e trabalhadoras colocam suas vidas e a de suas famílias em risco”, questionou.
O Stial conclama os empregados da Nestlé de Cordeirópolis à mobilização, para a busca de uma proposta justa. Entre os itens da pauta, reajuste com ganho real de salário, valorização do piso salarial e melhora das cláusulas sociais. A próxima reunião entre empresa e sindicato foi agendada para o dia 27.
A negociação com a Nestlé é coordenada pela Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Estado de São Paulo (Fetiasp), com participação dos sindicatos que representam os trabalhadores nos Centros de Distribuição.
De acordo com a revista Isto É de 30 de julho, a Nestlé obteve lucro líquido de 5,9 bilhões de francos suíços (cerca de US$ 6,44 bilhões) no primeiro semestre deste ano.
O resultado representa alta de 16,4% ante o obtido nos seis primeiros meses do ano passado, de 5,07 bilhões de francos suíços.