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Com Carlos Velastegui
Negociação na Nestlé
avança em passos lentos
Há cerca de três semanas, a Nestlé Equador iniciou a negociação do novo contrato coletivo entre a transnacional e o Comitê de Trabalhadores da Empresa
em Guayaquil.
Giorgio Trucchi
08 | 08 | 2022
Foto: Comitê de Trabalhadores da Nestlé
“Até o momento assinamos aproximadamente sessenta das oitenta cláusulas que compõem o projeto de contrato coletivo. Foram assinadas apenas aquelas que não sofreram alterações.
Esta semana vamos tentar abordar e negociar as cláusulas onde estamos propondo melhorias para os trabalhadores/as, incluindo a questão salarial e vários benefícios econômicos”, disse Carlos Velastegui, secretário-geral do Comitê, para a Rel.
Uma das questões mais críticas a abordar tem a ver com os direitos de antiguidade e com os anos perdidos para os trabalhadores/as, devido à política de terceirização da empresa.
Antes da aprovação no Equador do Mandato Constituinte nº 8 de 2008, que elimina e proíbe a terceirização e a intermediação de mão de obra, dezenas de trabalhadores/as foram contratados por empresas em sistema de terceirização.
Até o momento, a Nestlé Equador se recusou a reconhecer esses anos de antiguidade para os trabalhadores.
“Estamos falando de 65 trabalhadores/as em uma planilha de 240 pessoas que compõem o Comitê da Empresa. É sabido que há anos trabalhamos com empresas em sistema de terceirização, prestando serviços à Nestlé.
Há companheiros que chegaram a perder de dez a doze anos de antiguidade por esse motivo. Precisamos recuperar esse tempo perdido”, explicou Velastegui.
O dirigente sindical afirmou que, em diversas ocasiões, os trabalhadores/as apresentaram propostas à empresa para sanar essa situação.
“Durante a negociação dos dois últimos acordos coletivos, abordamos a questão com a empresa, mas nunca conseguimos avançar.
Esperamos poder chegar a uma solução o mais rápido possível. É importante informar que não estamos sozinhos, contamos com o apoio em nível local da Federação Sindical Independente de Trabalhadores Equatorianos (Fesitrae) e em nível internacional com a solidariedade da Rel UITA e da Federação Latino-Americana de Trabalhadores da Nestlé (Felatran), cujas organizações filiadas estão divulgando nossa luta pelas mídias sindicais de vários países”, concluiu Velastegui.