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Com a procuradora Priscila Schvarcz
O Ministério Público do Trabalho entrou com uma ação contra a JBS

Não há lugar

O frigorífico da JBS no município de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, foi ajuizado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por denúncias feitas pelos trabalhadores e trabalhadoras sobre a ausência de medidas de controle e prevenção sanitária diante da pandemia por COVID 19. Falamos sobre isso com a procuradora Priscila Schvarcz, responsável pela ação.
Foto: Gerardo Iglesias

«Recebemos uma série de denúncias de funcionários da JBS desde o final de março. Os trabalhadores e as trabalhadoras relataram aglomeração de pessoas tanto na linha de produção quanto nas demais áreas do frigorífico (vestuário, refeitório, transporte) e falta de implementos de higiene, como máscaras», relatou.

«Também houve casos de trabalhadores com sintomas da doença que permaneciam na linha de produção

Diante dessas alegações, o MPT de Passo Fundo iniciou uma investigação que terminou em uma Ação Civil Pública contra a JBS, exigindo o fechamento da fábrica por pelo menos 14 dias ou até que os trabalhadores possam fazer os testes para coronavírus.

«Pudemos constatar que os funcionários diziam a verdade. Muitos carregavam suas próprias máscaras, em grande parte caseiras e sem qualquer garantia sanitária«, disse Schvarcz.

A promotora informou que houve várias tentativas de comunicação com a empresa antes de dar início à ação civil.

«Tentamos entrar em contato com a JBS Passo Fundo, mas se negaram a comparecer às reuniões solicitadas pelo MPT. Foram agora convocados para uma audiência na Justiça do Trabalho hoje à tarde, que será realizada por videoconferência», informou.

O principal foco de contágio

O MPT requer que após a suspensão das atividades por 14 dias, a empresa cumpra todas as medidas sanitárias cabíveis, como manter a distância de 1,8 metros na linha de produção e em todos os demais locais da empresa.

A empresa também será obrigada a fornecer máscaras, incluindo as de acetato; bem como assegurar uma vigilância sanitária ativa; orçar com os testes para seus funcionários com suspeita de coronavírus e oferecer a vacina H1N1 (influenza).

«Essa ação é necessária porque a JBS é, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o foco principal de contágio por COVID 19 em Passo Fundo, com o agravante de muitos de seus funcionários residirem em outros municípios da região, tornando o contágio perigosamente exponencial.»