Nova fuga de amônia
Um vazamento de amônia registrado em um frigorífico da empresa Pamplona Alimentos, em Rio do Sul, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina (SC), deixou ao menos 20 trabalhadores intoxicados na tarde desta sexta-feira, 14.
Amalia Antúnez
17 | 11 | 2025

Foto: G1
Esse tipo de episódio tem se tornado recorrente na indústria frigorífica brasileira, onde casos de intoxicação e evacuações de emergência expõem falhas de manutenção, capacitação e protocolos de segurança que continuam preocupando trabalhadores e organizações sindicais.
De acordo com os socorristas, todos os trabalhadores e trabalhadoras da Pamplona Alimentos atendidos apresentaram quadros leves de intoxicação, embora algumas pessoas tenham sido encaminhadas ao hospital em veículos da própria empresa. Não foram divulgados detalhes sobre o estado de saúde dos afetados.
O gás amônia é um composto amplamente utilizado em sistemas de refrigeração industrial.
Incolor, tóxico e de odor penetrante, é capaz de provocar irritação ocular, queimaduras e, em casos graves, até mesmo a morte.
Na madrugada de 31 de outubro, trabalhadores de outra unidade frigorífica, localizada às margens da BR-272, relataram pânico e dificuldade para respirar após um vazamento semelhante.
Embora o incidente tenha sido controlado pela equipe interna de emergência, voltou a reacender o debate sobre as condições de trabalho e a exposição a riscos químicos no setor.
Especialistas alertam que esses episódios evidenciam a urgência de planos de evacuação eficientes, manutenção periódica e fiscalização rigorosa, especialmente em ambientes onde o frio extremo, os produtos químicos e o ritmo intenso de trabalho já representam uma carga significativa para os trabalhadores.
No Brasil, registra-se um vazamento de gás amônia a cada 17 dias e, segundo o relatório anual do Observatório sobre doenças infecciosas no trabalho (DIT) da Fundação Oswaldo Cruz, em 2023, os vazamentos de amônia no país aumentaram 100% em comparação com anos anteriores.
Nos frigoríficos, por exemplo, esses acidentes passaram de 5 para mais de 10 por ano entre 2018 e 2024.

