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Com o juiz Ronaldo Callado
Magistrados brasileiros criam comissão LGBTI
A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), uma aliada mais do que importante em defesa da NR36 junto com nossas filiadas no Brasil, promoveu a criação de uma comissão LGBTI para promover ações contra a discriminação de gênero ou orientação sexual no ambiente de trabalho. A Rel conversou com o juiz Ronaldo Callado, Diretor Administrativo da Anamatra e coordenador da Comissão, para conhecer a origem desta iniciativa e seus principais objetivos.
Amalia Antúnez
19 | 04 | 2022
Foto: AMATRA (RJ)
“Apresentamos essa iniciativa depois que alguns juízes, juízas e magistrados LGBTI criaram um grupo de WhatsApp para discutir questões relativas à comunidade de gênero diverso, internamente, entre colegas”, lembra Callado.
O grupo era formado majoritariamente por juízes e magistrados da Justiça do Trabalho, o que motivou a criação de uma comissão para discutir a diversidade sexual no ambiente de trabalho, bem como a defesa dos direitos das pessoas LGBTI.
“O principal objetivo desta Comissão é dar visibilidade e representatividade às questões relacionadas à diversidade sexual e ao combate à discriminação institucional nos tribunais brasileiros”, disse Callado.
Além disso, visa a sensibilizar o poder judiciário em geral, bem como a administração dos tribunais, sobre a existência de juízes e juízas LGBTI e sobre a necessidade de implementação de políticas públicas e institucionais de combate à discriminação e de promoção da diversidade.
“A Anamatra sabe que deve ampliar seu olhar para a sociedade sobre essas questões. Como juízes trabalhistas, devemos atuar em situações de discriminação e trazer à tona questões como a inclusão trabalhista de pessoas trans”, afirmou o magistrado.
O juiz chamou a atenção para o fato de serem escassos os avanços na promoção do trabalho decente para pessoas trans.
"Geralmente, essa população acaba se prostituindo para poder se sustentar porque o mercado de trabalho não está aberto a lhes oferecer emprego."
“Temos relatos de colegas que denunciam preconceito e discriminação no âmbito de sua atuação no próprio Poder Judiciário. Por isso é mais do que necessário promover e dar visibilidade a estas questões no seio das nossas instituições, mas também indo além e chegando a toda a sociedade”, concluiu.