Publicação organizado por Omar Ferri e Jair Krischke foi lançada em ato na Assembleia Legislativa gaúcha
Márcia Turcato – Brasil de Fato
5 | 11 | 2025

Omar Ferri, o vereador Pedro Ruas e Jair Krischke no lançamento do livro na Assembleia Legislativa | Foto: Divulgação / MJDH
O Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) e a Associação de Ex-presos e Perseguidos Políticos/RS lançaram o livro A empáfia da covardia, organizado por Omar Ferri e Jair Krischke e publicado pela editora BesouroBox.
O livro é uma importante contribuição jurídica e histórica para ser adicionada à lista de argumentos contra a anistia aos réus da tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.
A publicação está organizada em seções que abordam desde a ascensão de figuras políticas controversas, passando pela corrupção institucional, até chegar à luta pelos direitos humanos no Brasil. O lançamento do livro aconteceu em cerimônia na Assembleia Legislativa, dia 28 de outubro.
A obra resgata os recentes eventos que revelaram o padrão de corrupção e desrespeito à democracia no Brasil, conduzidos pelo núcleo duro da Presidência da República no período de 2019 a 2022, e que avançaram sobre o mês de janeiro de 2023 com a tentativa de golpe e o vandalismo na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
No dia 12 de dezembro de 2022, data da diplomação do presidente Luís Inácio Lula da Silva no Tribunal Superior Eleitoral, apoiadores de Bolsonaro já haviam tentado invadir a sede da Polícia Federal, além de depredarem e incendiar um ônibus e um carro e promoverem uma baderna no centro da cidade, provocando o fechamento do comércio para evitar maiores danos.
Os autores da obra explicam que o objetivo é “registrar a inconstitucionalidade de qualquer lei que pretenda conceder anistia aos réus das criminosas ações adotadas na tentativa de golpe em 8 de janeiro; anistiar é um crime de lesa-pátria, é autorizar aquilo que a Constituição proíbe”.
Omar Ferri, advogado, ex-presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos e ex-procurador federal. Durante sua vida profissional, Ferri exerceu vários cargos públicos, entre eles o de vereador de Encantado e de Porto Alegre no período de 1990 a 1994, e foi procurador da Fundação Brasil Central no governo do presidente João Goulart. Ele foi preso duas vezes durante a ditadura. Ferri é autor do livro Sequestro no Cone Sul, sobre o sequestro em Porto Alegre dos uruguaios Lílian Celiberti e Universindo Rodríguez, em 1978. Naquela ocasião, Omar Ferri atuou como advogado dos sequestrados.
Jair Krischke, historiador, é o fundador do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), em 1979. Ele foi colaborador do Acnur – Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados.
Naquele período, a principal missão de Krischke com o MJDH era proporcionar asilo, ou exílio, às vítimas da perseguição política pelas ditaduras no Cone Sul. Estima-se que cerca de duas mil pessoas, perseguidas pelas ditaduras, tenham sido salvas graças a ação do MJDH.
O livro A empáfia da covardia está disponível na sede do MJDH e pode ser solicitado via Instagram @mjdh. O valor sugerido é R$ 40,00.

