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Justiça homologa acordo das horas de percurso na Ajinomoto de Limeira-SP

Foi homologado nesta terça-feira (11) o acordo judicial, referente ao pagamento das horas de percurso dos trabalhadores da Ajinomoto de Limeira. A homologação ocorreu por meio de videoconferência, junto ao CEJUSC- 2º grau do Tribunal Regional do Trabalho (15ª Região), em Campinas-SP.
Foto: Divulgaçao

Até 21 de agosto, a empresa deve fornecer uma lista dos trabalhadores envolvidos, com os valores individuais e respectivos descontos de INSS.

Até o dia 14 de setembro, ocorre o repasse ao sindicato dos primeiros 70% do total, sendo que a entidade estima de 15 a 20 dias o prazo para organizar os pagamentos aos trabalhadores.

“Os recebimentos serão organizados de forma que facilite para o trabalhador e garantindo que não haja aglomerações”, explicou o presidente do Stial (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Limeira e Região), Artur Bueno Júnior.

Ele cita a sensação de “dever cumprido”, após quase três anos de uma batalha, onde o sindicato buscou recuperar parte do direito das horas de percurso (in itinere) perdidos pelos trabalhadores com a Reforma Trabalhista.

“Agradecemos a confiança e a paciência que este processo exigiu de todos. Foram 6 audiências, sendo que algumas delas duraram até 4 horas, para que pudéssemos ter hoje o acordo homologado”, continuou o dirigente.

“É uma ação judicial grande e complexa, mas necessária para garantir, mesmo que em parte, um direito dos trabalhadores que foi retirado em 2017”, continuou a advogada da entidade, Yoko Taira, citando a Reforma Trabalhista.

Cada empregado ou ex-empregado deverá receber um valor bruto de R$ 215,03 por mês trabalhado na empresa – um montante que representa 20 minutos diários de trajeto, com base no salário médio da empresa.

Histórico

A ação do Stial cobrou o pagamento das horas de percurso da Ajinomoto pelos 5 anos anteriores à Reforma Trabalhista, que em novembro de 2017 extinguiu esse direito. A Justiça de Limeira deu ganho de causa aos trabalhadores, mas a empresa apresentou recursos.

“Realizamos as audiências de conciliação sempre com muita transparência aos trabalhadores e flexibilizamos onde era possível, para uma proposta de acordo razoável aos empregados. Sempre firmamos posição, porém, sobre um mínimo negociável”, explicou Yoko Taira.

A conquista tem dimensão nacional e internacional, no contexto da luta contra os desmandos da Reforma Trabalhista brasileira. Além da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação (CNTA), o Stial contou com apoio da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de São Paulo (Fetiasp) e da União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação (UITA).

Ao final, a diretoria do Stial fez um agradecimento à juíza responsável pelo caso. O motivo foi esforço da magistrada para a resolução do problema, mediando a negociação judicial.