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A Bayer deverá pagar por envenenar agricultor,
querendo ou não

Já não há saída para o Glifosato

A Bayer perdeu o recurso na Suprema Corte dos Estados Unidos e deverá pagar 25 milhões de dólares ao agricultor Edwin Hardeman, que luta contra um câncer que contraiu por ter sido exposto ao Roundup, o agrotóxico mais “popular”, feito a partir do glifosato.

Rel UITA

27 | 06 | 2022


Foto: Gerardo Iglesias

Outros 30.000 denunciantes também poderiam ser indenizados. E apesar de tudo, a transnacional alemã continua afirmando que seu veneno é inofensivo.

A Bayer disse que reservou mais de 4,5 bilhões de dólares para lidar com possíveis novas condenações pela mesma causa, mas talvez o montante final seja muito maior.

A empresa, que em 2018 comprou a Monsanto, fabricante do Roundup, insiste na inofensividade do glifosato, apesar de, a cada vez, surgirem mais e mais pesquisas científicas independentes afirmando o contrário e as decisões judiciais dos EUA não estarem sendo favoráveis à empresa.

Edwin Hardeman foi diagnosticado com linfoma de Hodgkin, um câncer no sangue, em 2015, tornando-se um dos primeiros agricultores contaminados a mover uma ação contra a Monsanto.

Mais tarde, mais pessoas moveram ações contra a empresa, que foram se acumulando nos Estados Unidos e depois na Europa.

Na América Latina, onde o Roundup ainda é aplicado praticamente sem precauções nos campos, principalmente na produção de soja, os tribunais praticamente nem se movem.

Aqui as pessoas continuam sendo envenenadas com total impunidade.