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Com Paulo Madeira

Intervenção decisiva da FTIA-RS garante direitos após incêndio em avícola

No meio de dezembro passado, a empresa avícola Mais Frango, localizada em Miraguaí, no estado do Rio Grande do Sul, sofreu um incêndio que afetou quase todas as instalações do frigorífico, levando ao fechamento da unidade.

Amalia Antúnez

29 | 1 | 2024


Paulo Madeira | Foto: arquivo pessoal

Esta empresa emprega cerca de 1.400 trabalhadores e trabalhadoras, muitos de diferentes municípios vizinhos, e o fechamento da unidade impacta negativamente na economia de uma ampla região.

Nossa entidade filiada, a Federação dos Trabalhadores nas Indústria de Alimentação do Rio Grande do Sul (FTIA-RS), agiu imediatamente após o incidente e iniciou negociações que ajudaram a diminuir o impacto para os trabalhadores.

«Fomos notificados no mesmo dia do incêndio e, juntamente com o sindicato local e a CONTAC, iniciamos as negociações para garantir as melhores condições possíveis para os trabalhadores afetados», disse Paulo Madeira, presidente da FTIA-RS, em entrevista à La Rel.

Segundo o sindicalista, as negociações se estenderam até este mês, e foi alcançado um acordo com a avícola que todos os direitos trabalhistas, incluindo indenização por demissão e fundo de garantia para os demitidos, serão integralmente pagos.

«Também conseguimos o compromisso da empresa de que os trabalhadores demitidos terão prioridade na recontratação quando o frigorífico voltar a operar».

Em espera

Estima-se que a Mais Frango levará entre 12 e 15 meses para restabelecer plenamente o funcionamento do frigorífico avícola.

Madeira informou que, nas negociações, também foi possível manter a estabilidade no emprego para os líderes sindicais, trabalhadoras gestantes e cipeiros, entre outros.

«A empresa continuará operando com aproximadamente 250 trabalhadores para manter os serviços de logística, administração e embalagem, entre outras atividades. Na última reunião de negociação, ficou estabelecido que alguns dos demitidos serão transferidos para outras unidades da empresa na região, garantindo esses postos de trabalho».

Reunião com o BNDES

Em 16 de janeiro, uma delegação da FTIA-RS se reuniu com autoridades do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) com o objetivo de agilizar a concessão de um crédito para que a empresa reabra o mais rápido possível.

«Achamos oportuno participar dessa reunião para que os responsáveis pelo BNDES considerem o grande impacto na economia local e na vida de mais de mil trabalhadores devido ao fechamento dessa empresa e agilizem a concessão de crédito que permita reabrir a unidade e recuperar os empregos», disse Madeira.