Trabalhadoras da BRF (unidades de Carambeí e Castro) aprovam acordo histórico mediado pelo SINTAC.
Amalia Antúnez
30 | 5 | 2025

Fotos: SINTAC
“Na tarde do dia 27 de maio tivemos uma importante assembleia com as trabalhadoras da BRF de Carambeí e Castro onde foi levada a votação uma proposta da empresa para encerrar uma ação judicial coletiva iniciada em 2017 pelo sindicato”, explicou para A Rel, Wagner do Nascimento, presidente do Sindicato de Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Carambeí (SINTAC)
A disputa judicial exigia o cumprimento do artigo 384 da CLT, que garante 15 minutos de repouso para as mulheres antes do início de horas extras após a jornada habitual de trabalho ou receber uma verba indenizatória como pagamento, um direito frequentemente desrespeitado pelas empresas.
“Esse artigo 384 foi eliminado com a reforma trabalhista do governo golpista de Michel Temer, e ele tinha sido criado justamente para garantir os direitos das mulheres trabalhadoras que cumprem uma dupla jornada”, diz o dirigente.
Wagner ainda assinala que são as trabalhadoras, na maioria dos casos, as que se ocupam dos afazeres domésticos e dos cuidados dos filhos, mesmo estando casadas.
“O machismo estrutural da sociedade sobrecarrega as trabalhadoras e se ainda elas fazem hora extra em uma indústria como a frigorífica, terminam mais penalizadas”.
Segundo o dirigente, a eliminação do artigo 384 foi um retrocesso, não apenas para as mulheres, mas também para toda a classe trabalhadora.
“Quando o SINTAC percebeu esses ataques, lá em 2017 começou com uma série de ações coletivas pelo menos para poder cobrar o retroativo desses direitos”.
Após anos de litígio, a BRF finalmente apresentou uma proposta de acordo, que foi aceita pelas trabalhadoras nesta terça-feira 27.
“O acordo será homologado nos próximos dias e as trabalhadoras começarão a receber, as que estão na ativa, na folha de pagamento e as que já não estão trabalhando na empresa, em contas bancárias que elas indiquem”, informou Wagner.
“Esta foi mais uma grande vitória para as trabalhadoras e para todo o movimento sindical porque mostra que o sindicato acompanha os interesses da classe trabalhadora seja na área jurídica, política, na negociação, sempre o SINTAC tem estado aí para garantir direitos”, conclui.

Fotos: SINTAC
