-Qual é a importância deste dia?
-Este dia é muito importante porque merece uma comemoração e uma reflexão, já que indica o dia em que a homossexualidade deixou de ser considerada doença.
Há 25 anos as pessoas LGBTI deixaram de ser consideradas doentes para a medicina.
Infelizmente, mesmo com importantes conquistas e avanços em termos dos direitos básicos da comunidade LGBTI, ainda falta bastante, principalmente no Brasil.
-O discurso do presidente Bolsonaro sempre foi de rejeição às pessoas LGBTI.
-Os casos de discriminação e violência contra a comunidade LGBTI começaram a aumentar lá na campanha presidencial de Bolsonaro, e com o seu mandato a tendência é a situação piorar.
O discurso de ódio contra nós deixou de ser condenado socialmente, para ser festejado pelos seguidores do presidente.
Num país que encabeça a lista dos que mais matam pessoas LGBTI, o governo alentar este tipo de crimes é realmente nefasto.
Apesar disso, nenhuma mulher voltará para a cozinha e nenhuma pessoa LGBTI voltará para o armário.
Se a bandeira do Bolsonaro é de ódio, a nossa é de luta e de resistência.
centros de trabalho
- Você percebe avanços para as pessoas LGTBI no âmbito do trabalho, mais especificamente, dentro dos sindicatos,?
-Surge uma situação curiosa quando se debate ou há algum evento sobre a população LGBTI, porque é raro falarem do aspecto profissional. Parece como se não trabalhássemos.
Estamos engatinhando ainda. Falta conseguirmos estes espaços dentro das fábricas e que as empresas garantam ambientes de trabalho livres de homofobia, mas para isso seria preciso gerar normas penalizando esse tipo de condutas. Mas isso precisa surgir dos sindicatos.
Trabalhadores e trabalhadoras somos todos nós, independentemente da cor, credo, orientação sexual ou identidade de gênero, e isto é o que deve valer.
Nesse sentido, a Rel UITA vem nos ajudando a abrir caminhos, e a dar mais visibilidade e espaço para as necessidades dos trabalhadores e trabalhadoras LGBTI nos sindicatos.
Meu sindicato é bem particular, porque temos uma gestão inclusiva, até porque há muitos trabalhadores LGBTI.
- Quais mensagens você enviaria para as filiadas da UITA no dia internacional contra a LGBTfobia?
-Eu gostaria de lhes dizer que é preciso continuar lutando, e que este dia sirva para refletir e jamais desistir.
O futuro se dá no dia-a-dia, de conquista a conquista.