Sindicato denuncia caso de assédio sexual na JBS de Forquilhinha
Na segunda-feira, 22, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Alimentação de Criciúma e Região (SINTIACR), que representa os trabalhadores e as trabalhadoras do frigorífico da multinacional de carnes JBS em Forquilhinha, Santa Catarina, realizou um protesto em frente à fábrica contra a resposta fraca da gerência diante de uma denúncia de assédio sexual feita em 16 de abril.
Amalia Antúnez
25 | 4 | 2024
Foto: Gerardo Iglesias
Após várias situações de assédio, um trabalhador do setor de limpeza do frigorífico avícola decidiu denunciar seu supervisor por comportamentos inadequados durante o expediente de trabalho.
O Sindicato imediatamente informou o caso à gerência de Recursos Humanos da JBS e exigiu medidas para resolver a situação.
Como resposta, a empresa citou os trabalhadores envolvidos —a vítima e o agressor— bem como testemunhas, para definir que tudo não passou de uma brincadeira de mau gosto.“Esta atitude da JBS indignou a gente, porque o assediador recebeu apenas três dias de suspensão, além de continuar trabalhando no mesmo setor de quem o denunciou, como se nada tivesse acontecido”, declarou para a Rel Paulo Henrique de Lima, secretário de finanças do SINTIACR, quem acompanhou o caso desde o princípio.
A denúncia também foi feita à Polícia Civil e ao Ministério Público do Trabalho.
O sindicato continua exigindo que a JBS tome medidas adequadas sobre um assunto que é realmente sério: a violência e o assédio, tanto sexual como moral, no mundo do trabalho.
“Pautamos para esta tarde uma nova reunião com representantes da empresa e vamos insistir em que, pelo menos, o agressor mude de setor”, disse Lima.
Um dos grandes desafios na hora de lidar com a questão da violência no ambiente de trabalho é o fato de um fenômeno tão naturalizado muitas vezes não ser percebido como tal.
A Rel UITA e suas organizações filiadas na região estão trabalhando na implementação do disposto na Convenção 190 da OIT de 2019, sobre violência e assédio no trabalho.
Entre outras iniciativas estão presentes também os cursos de formação sobre esta ferramenta jurídica que protege principalmente as mulheres e a população LGBTI.
“Realizamos um ato em frente à fábrica para que tanto a empresa como os trabalhadores e as trabalhadoras saibam que estamos atentos a este tipo de violências e que não vamos tolerá-las”, destacou Lima.