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FETAR-RS realiza mobilização na capital

Impedir qualquer tipo de trabalho análogo à escravidão e, ao mesmo tempo, alertar o governo federal sobre os motivos que facilitam a existência de «atravessadores» de mão de obra, também conhecidos por «gatos», responsáveis por recrutar, maltratar, iludir e humilhar pessoas em condições análogas à escravidão.

Luiz Boaz | FETAR-RS

06 | 03 | 2023


Imagem: Fetar

Esse é o motivo que leva a Federação dos Trabalhadores Assalariados Rurais no Rio Grande do Sul (FETAR-RS) a realizar uma forte mobilização nesta sexta-feira, dia 10 de março, a partir das 10h, na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), localizada na Av. Mauá, 1013, Centro Histórico de Porto Alegre.

A manifestação reflete a indignação de uma categoria, que só no Estado contabiliza cerca de 200 mil trabalhadores rurais.

Somente neste ano, já foram registrados mais de 200 casos de trabalho em condições análogas à escravidão no Rio Grande do Sul.

Segundo os dados oficiais da Secretaria de Inspeção do Trabalho, 570 pessoas foram resgatadas no Rio Grande do Sul até 2022 em situação análoga à escravidão. O resgate de 207 pessoas feito em Bento Gonçalves, em 22 de fevereiro, representa mais de um terço do total histórico do Estado.

Conforme o presidente da FETAR-RS, Nelson Wild, três motivos favorecem a proliferação de pseudoempresários:

1. O desmantelamento da fiscalização por auditores do trabalho como consequência direta do fim do Ministério do Trabalho no governo Bolsonaro;
2. A reforma trabalhista no governo Michel Temer, que flexibilizou a legislação, propiciando a terceirização em atividades-fim no mercado de trabalho; e
3. A falta de concurso público para auditores, responsáveis por realizar a fiscalização no meio rural.

Wild destaca que a FETAR-RS e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados Rurais (CONTAR), com essa mobilização, pretendem denunciar à sociedade e ao governo federal a necessidade de acabar, de uma vez por todas, com o trabalho escravo na área rural no Brasil.

A entidades entregarão um documento ao superintendente regional do trabalho, Getúlio de Figueiredo Silva Júnior, com todas as preocupações e reivindicações da categoria, entre elas a imediata abertura de concurso público para auditores.