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Com Sheyla González Rico

“Estou sendo vítima de assédio moral no trabalho”

Mais denúncias contra a Nestlé

Sheyla González tem quase 4 anos trabalhando como assistente administrativa de logística na Empresa Centro-americana de Produtos Lácteos (Prolacsa), propriedade da Nestlé. Com um novo superior direto, corte de pessoal e um consequente aumento da carga de trabalho, as tensões aumentaram.

Os problemas para Sheyla começaram quando a transnacional decidiu substituir o ‘seu chefe’ e reduzir o pessoal administrativo do armazém da unidade de produção em Matagalpa.

“A partir destas medidas, a empresa começou a repartir funções entre os trabalhadores que ficaram, aumentando substancialmente a carga de trabalho.

Houve momentos em que eu sentia que era impossível cumprir com todas as tarefas e isto fez com que o meu novo chefe começasse a menosprezar o meu trabalho e a me desvalorizar como pessoa”, explicou Sheyla González para A Rel.

Em diferentes ocasiões, o chefe de armazém se referia a ela “de una maneira grosseira e prepotente”, com falta de respeito, agressões verbais e violência psicológica.

No final de 2017, como em todos os anos, a Prolacsa aplicou um sistema de avaliação do desempenho no trabalho do pessoal.

“Meu superior direto usou a avaliação para desvalorizar o meu trabalho na empresa. Isto já virou assédio moral com forte discriminação de gênero”, lamentou.

Diante desta situação, a trabalhadora decidiu mandar uma carta à gerência da Prolacsa, pedindo uma avaliação objetiva de seu trabalho, considerando também a enormidade de as funções que ela desempenhava.

Cada vez a pressão é maior, tanto profissional como psicologicamente. Estão reduzindo o pessoal e aumentando as nossas funções. É uma carga enorme nas costas do trabalhador, e isso desgasta”, manifestou Sheyla.

Tanto a UITA como o Sindicato de Trabalhadores de Produtos Lácteos SA (Sinprolac) estão constantemente alertando sobre uma maior e mais frequente contratação de pessoal eventual e terceirização dos postos de trabalho.

É importante dar um basta em tudo isto. Com o acompanhamento do sindicato, da Federação e da UITA, faremos o maior esforço para deter esse processo”, concluiu.


Foto: Giorgio Trucchi