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“Espera-se uma mudança no comando da BRF”

A transnacional alimentícia e principal exportadora avícola do mundo vem sofrendo uma série de perdas econômicas, que são “produto de uma má administração, além de ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal brasileira”, recorda Siderlei de Oliveira, presidente da Confederação Nacional Democrática de Trabalhadores da Alimentação (Contac).

Segundo expressou o dirigente, já foi estipulada uma mudança radical na configuração do Conselho Diretivo da BRF em uma reunião que ocorrerá no final do mês.

Os rumores são de que quem deve ocupar o lugar de Abílio Diniz – principal responsável pelas perdas multimilionárias sofridas pela BRF nos períodos de 2016 e 2017– seja Luiz Fernando Furlan, o antigo diretor da Sadia.

Proprietária das marcas Sadia, Qualy e Perdigão, a BRF é a maior exportadora de carne de frango do mundo, possuindo mais de 50 fábricas em oito países e empregando cerca de 100 mil trabalhadores e trabalhadoras.

Em 2017, fechou com um déficit líquido de 1,1 bilhão de reais (cerca de 330 milhões de dólares) depois de haver registrado perdas de 372 milhões em 2016, quase em sua totalidade (363 milhões) causadas pela operação “Carne Fraca”.

Siderlei informou que a Contac encaminhará uma proposta ao Conselho Diretivo da BRF solicitando que a empresa reduza os preços de seus produtos no mercado nacional, já que atualmente há um excedente de mercadoria devido às travas nas exportações causadas pelas medidas dispostas após a operação “Carne Fraca”.

“Estão ainda irredutíveis sobre baixar os preços para consumo, mas creio não haver outra saída, porque a situação de crise permanece inalterada há meses e esta é uma proposta visando a remediar as perdas milionárias que repercutem diretamente sobre os trabalhadores e as trabalhadoras”, concluiu o sindicalista.

 


Foto: Gerardo Iglesias