Sindicato e diversidade

«É preciso ter espaço para criar o debate»

Nós, pessoas LGBTI, fazemos parte de um segmento importante do mundo do trabalho e temos que reconhecer, promover e gerar consciência de que todos os direitos LGBTI são direitos sindicais e de que, portanto fazem parte dos direitos humanos, sendo obrigação de nossas organizações defendê-los.Nosso objetivo, como trabalhadores e trabalhadoras LGBTI, passa por fortalecer nossa atuação na organização sindical, gerando consciência operária em nosso coletivo, para lutar em unidade e sem exclusões, contra esse sistema que utiliza a homofobia e o machismo como instrumentos de dominação.

A indiferença e o silêncio perante um ato de discriminação não geram neutralidade, muito pelo contrário, pois se transformam em legitimadores da desigualdade.

Nesse sentido é necessário promover, nos sindicatos, espaços de inclusão, provocar processos de debate e educar na antidiscriminação, com a finalidade de banir danos e preconceitos internalizados fortemente nas próprias organizações, não só entre muitos de seus dirigentes, como também entre seus filiados e filiadas.

Sendo assim, é necessário entender que a incorporação e a organização dos trabalhadores LGBTI fortalecem os sindicatos em sua capacidade de representação.

O coletivo LGBTI precisa ver o sindicato nos representar e incluir nossas reivindicações específicas nos acordos coletivos. Entretanto, nós também temos que aprender que o sindicato precisa da nossa participação ativa e permanente, em todas as lutas.

O sindicato que não der visibilidade e apoio aos seus trabalhadores e trabalhadoras LGBTI, consequentemente estará no lugar errado.

Do mesmo modo, também estarão no lugar errado os trabalhadores e as trabalhadoras LGBTI que ficarem por fora da organização sindical.

O encontro de todas as diversidades presentes é enriquecedor para todo o conjunto social, permitindo-nos o encontro de novas compreensões e novas práticas.

Gisele Adão
Vice-presidenta mundial do Comitê UITA de Trabalhadoras e Trabalhadores LGBTI