Honduras | SOCIEDADE | DIREITOS HUMANOS

Doze longos anos de solidariedade

Em 28 de junho de 2009, os poderes de fato de Honduras, com o apoio decisivo dos militares e a falsa indignação dos Estados Unidos, deram um golpe de estado que destruiu a institucionalidade, dando espaço para doze anos de saques, terror e violação sistemática contra os direitos humanos.

Giorgio Trucchi | Rel UITA


Foto: Gerardo Iglesias

Apesar de tanto horror, o povo hondurenho nunca baixou a cabeça, fez da resistência sua própria bandeira e da luta sua práxis cotidiana. A Rel UITA não hesitou nem por um momento, ficando sempre ao lado das pessoas que exigiam o fim da ditadura golpista.

“O encontro com a UITA e, especialmente, com Gerardo Iglesias e com a Regional Latino-Americana foi muito importante para nós. Desde o momento o golpe, a UITA esteve permanentemente nas ruas de nosso país junto com suas organizações filiadas e com o povo em geral.

A UITA denunciou sistematicamente todas as violações de direitos humanos ocorridas nos últimos doze anos e apoiou as árduas lutas que travamos em nosso país em defesa da vida, do trabalho decente e dos direitos humanos.

Nossa admiração pela UITA, por nossa Regional, por ser solidária com as e os trabalhadores, com o povo hondurenho. A cerimônia de posse presidencial em 27 de janeiro marca o início de uma nova etapa que nos enche de esperança. A presença de Gerardo e da UITA é muito importante”

Tomás Membreño, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Agroindústria e Similares (STAS)

“Com o golpe, começou uma das crises mais duras da história recente do nosso país. Demos um único nó, sem distinção de cores, e saímos às ruas exigindo o restabelecimento da ordem constitucional.

Ao longo deste processo, a UITA, encabeçada por seu secretário regional Gerardo Iglesias, contando com a sua presença no país há meses, desempenhou um papel fundamental, acompanhando o povo hondurenho em uma luta muito difícil, mas nunca percebida como impossível, e divulgando fora de nossas fronteiras as violações de direitos, o desrespeito à vida, e a criminalização da luta.

Agora que temos a esperança de uma Honduras diferente, com oportunidades e segurança jurídica, só nos resta dizer: Obrigado Rel UITA! pelo seu apoio incondicional a este povo tão sofrido, mas digno, que nunca baixou a cabeça e continuou resistindo.

O convite para a posse da presidenta eleita Xiomara Castro é mais do que merecido, por terem sido um pilar nesses doze anos de luta contra o golpe e contra a narco-ditadura.”

Marta Anariba, presidenta da diretoria central do Sindicato dos Trabalhadores do Instituto Nacional Agrário (Sitraina)

“O melhor reconhecimento do trabalho da UITA, da Regional Latino-Americana e de seu secretário regional é estarem no coração das e dos filiados ao Stibys e daqueles outros setores da sociedade hondurenha que vivenciaram sua solidariedade incondicional com Honduras durante todos esses anos.

Este reconhecimento é evidenciado no convite feito pela Comissão de Transferência de Comando, para que Gerardo Iglesias compareça à cerimônia de posse da presidenta eleita Xiomara Castro.

Como trabalhador, sindicalista e cidadão sempre me senti representado pela UITA em todos os seus atos de solidariedade e apoio ao nosso povo, contra governos ditatoriais e transnacionais que violam direitos trabalhistas e sindicais.

O protagonismo da UITA após o golpe de 2009, sua presença constante ao lado de nosso povo, seu apoio solidário e militante, sua postura contundente contra as políticas neoliberais, fazem dela a voz internacional deste povo hondurenho.
Honra a quem merece ser honrado. Um grande abraço”

Julio Flores, ex-secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Bebidas e Similares (Stibys)

“Quero expressar minha admiração e agradecimento pela atuação que a Rel UITA tem tido, não só em Honduras, mas em toda a América Latina, na defesa dos direitos, exigindo justiça para os reprimidos, presos políticos, povos originários, e na luta das mulheres vítimas desse sistema patriarcal.

Enquanto Rommel sofria na prisão, nunca nos sentimos sozinhos e sempre contamos com o apoio e a solidariedade internacional da Rel UITA. Justiça para os mártires, liberdade para os presos políticos. Obrigada UITA!

Mari Cruz Portillo, mãe do ex-preso político Rommel Herrera Portillo