A coordenadora de Saúde do Trabalhador da Prefeitura de Campinas, enfermeira Christiane Sartori, ministrou nesta terça (28) uma palestra na Câmara de Limeira com foco em “Saúde Mental do Trabalhador”.
Stial
30 | 11 | 2023
Foto: Stial
O evento foi realizado pelo Programa de Saúde do Trabalhador (PST), em referência ao Dia do Técnico de Segurança do Trabalho (27 de novembro), e teve participação da União Sindical dos Trabalhadores de Limeira (USTL).
“A exposição buscou sensibilizar os empregadores e os próprios trabalhadores sobre a importância de um ambiente de trabalho atento à saúde mental”, comentou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Limeira e Região (Stial) e da União Sindical, Artur Bueno Júnior, que também coordena o Comitê Gestor do PST.
Ele acompanhou a palestra acompanhado de diretores do Sindicato. No plenário da Câmara, dirigentes sindicais de Limeira, empregadores e responsáveis pelo setor de Recursos Humanos das empresas, além de técnicos e engenheiros de Segurança e Saúde do Trabalho, estudantes e servidores ligados à saúde municipal.
Christiane é especialista em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e especialista em Apoio Matricial, pela Unicamp.
“É preciso controlar e direcionar o estresse do trabalho, pois se um certo estresse é até necessário à atividade, mal direcionado pode transformar-se num tormento”, explicou a palestrante.
E se o ambiente de trabalho for tóxico, será gerador de toda sorte de distúrbios mentais – depressão, angústia ou síndrome de Burnout, por exemplo. Os prejuízos atingem o ser-humano trabalhador e sua família, mas também a própria empresa.
“A OMS (Organização Mundial de Saúde) estima que transtornos mentais, como depressão e ansiedade, atinjam 264 milhões de pessoas no mundo, gerando um prejuízo de R$ 1 trilhão por ano à economia global. 12 bilhões de horas de trabalho são desperdiçadas por ano.
Ao mesmo tempo, a cada US$ 1 investidos na promoção da saúde mental, 4 US$ são revertidos em ganho de produtividade”, continuou.
Segundo a especialista, “acima de tudo é preciso ouvir”. “As empresas precisam criar espaços e oportunidades para que o trabalhador exponha livremente suas angústias”, afirmou. A conversa deve ser livre, e a disposição honesta para alterar o ambiente tóxico. “Quem está mal dificilmente fala. Você falaria, sem a expectativa de acolhimento?”, questionou.
“Já tínhamos o alerta sobre a situação da saúde mental nas empresas, o avanço da precarização e terceirização da mão de obra. O avanço da tecnologia e a uberização são fatores agravantes, mas a pandemia da Covid acendeu a luz vermelha sobre a questão psíquica. Ainda engatinhamos na tarefa de conseguir entender a questão, e combater problemas neste campo”, emendou Artur Bueno Júnior.
Antes da palestra, ele fez uma exposição sobre o PST, que reúne Poder Público, INSS, sindicatos patronais e de trabalhadores, bem como órgãos fiscalizadores (Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho e o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador).