A prosa aconteceu na manhã de 24 durante o segundo dia do 1º Congresso Estadual de Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais de Pernambuco (CETTAR).
A mesa, composta apenas por mulheres, trouxe o tema “A luta das mulheres assalariadas rurais na organização do trabalho”. Ávila aprofundou várias reflexões sobre a desigualmente entre mulheres e homens, na sociedade e no mundo do trabalho.
Bem como compromete a vida das mulheres e da própria sociedade quando invisibiliza o trabalho reprodutivo, aquele que é realizado pelas mulheres no cuidado com a casa e a família do início até o final do dia. Para ela, a pauta de reinvindicações das mulheres é fundamental para transformar as estruturas e as desigualdades no mundo.
Madalena Margarida da Silva, representando a Central Única dos Trabalhadores (CUT), destaca a preocupação com a melhoria dos locais de trabalho presente nas discussões durante esse Congresso.
“Hoje o foco é a reforma da previdência e para as mulheres, a ideia de universalidade dos direitos cai por terra com esse governo. Ele retira a palavra proteção que é muito significativo para nós mulheres, nós que vivemos apenas do salário e precisamos acessar outros direitos”.
A Diretora de Mulheres da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (Fetape), Adriana do Nascimento, falou sobre a Marcha das Margaridas, pauta de reinvindicações das mulheres rurais e que envolve diversos movimentos urbanos e feministas da América Latina.
“Hoje a conjuntura não nos permite negociar nossas pautas. Esse presidente não respeita os trabalhadores e menos ainda as mulheres. Por isso, estamos construindo as condições para levar o maior número de mulheres para dizer que não vamos nos calar”.
Já a Diretora de Organização e Formação da Fetape, Jenusi Marques, alerta para a necessidade dos Sindicatos e Federações pautarem o debate da informalidade das mulheres. “A economia desse país passa pelas nossas mãos, queremos ser respeitadas e ter oportunidades iguais de trabalho, afinal somos nós a maioria na força de trabalho”.
A Presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados de Petrolina, Lucilene dos Santos Lima, desafia as duas Federações presentes a investir nos nomes de mulheres para as próximas eleições.
“Na hora do voto a gente escolhe os homens para votar, agora precisamos fazer diferente, porque nós, mulheres, fazemos diferente”, provoca.
Ainda que garantida nas Convenções Coletivas de Trabalho, a contratação de mulheres na Zona da Mata Norte, não é uma realidade. A situação foi reafirmada pela Conselheira Fiscal da FETAEPE, Rejane Maria da Silva.
“Precisamos pensar uma pauta de discutir com as usinas e empresas a nossa contratação”.
Por fim, a Deputada Estadual (PT), Tereza Leitão, elogia e destaca o compromisso da FETAEPE, em seu primeiro Congresso já garantir uma mesa de discussão focada na luta das mulheres. Inspirada no educador Paulo Freie, ela afirma que “isso significa o anúncio.
Ainda é preciso muita luta, às vezes muitas mortes. Mas é uma luta necessária”. Ela informa que na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), atualmente o número de mulheres ainda é muito pequeno, “somos apenas 10 mulheres, o que significa 20% da Alepe, mas que ainda está longe dos 50% que queremos”.