A Audiência Pública que denunciou a maneira como o bilionário Grupo JBS trata seus trabalhadores, aconteceu no dia 30 de junho na Assembleia Legislativa de São Paulo, com ótimas intervenções e debates, durando mais de três horas e com transmissão ao vivo pelo canal da ALESP no YouTube.
CNTA
2 | 7 | 2025

Foto: CNTA
A iniciativa foi da deputada professora Bebel, motivada pela CNTA –Confederação Nacional dos Trabalhadores da Alimentação, pela CONTAC– Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação da CUT, e pela Rel UITA – Secretaria Regional da União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação.
Sindicalistas de vários estados do país estiveram presentes e houve a participação também de representantes do MTE – Ministério do Trabalho e Emprego, do Ministério Público do Trabalho, do DIEESE, de trabalhadores e da imprensa.
O principal foco foram as denúncias de dificuldades vividas pelos trabalhadores nas unidades da JBS em todo o Brasil.
Eles enfrentam jornadas penosas, afastamentos por problemas de saúde –inclusive mental– assédios diversos, acidentes, contaminações, entre vários outros problemas.
“Não é possível que um grupo que tem um faturamento tão alto, que é uma das maiores empresas de proteína animal do mundo, trate tão mal seus empregados; esse é um problema que tem que ser apresentado para toda a sociedade”, diz Artur Bueno de Camargo, presidente da CNTA.
O presidente da CONTAC, Josimar Cechin, criticou também a postura da empresa diante das entidades sindicais. Segundo ele, a JBS se recusa a dialogar, impedindo de todas as maneiras os avanços na valorização da mão de obra e de melhorias para os trabalhadores.
Durante exposição do técnico Fernando Lima, do DIEESE, foram apresentados os incríveis números de faturamento e lucro da JBS no ano passado e no primeiro trimestre deste ano, sempre na casa de dezenas de bilhões de reais. Direto de Brasília, o procurador do trabalho dr. Leomar Daroncho destacou inúmeros pontos que evidenciam o descaso do setor frigorífico para com seus trabalhadores no país, citando, inclusive, o caso da trabalhadora venezuelana que sofreu um aborto de gêmeos depois de passar mal em uma unidade da BRF.
Ao final, Artur Bueno de Camargo leu a Carta de São Paulo (leia abaixo), documento final da Audiência Pública, que reuniu os principais pontos de discussão. E a Professora Bebel fez encaminhamentos no sentido de provocar uma Audiência Pública Nacional para ampliar a discussão sobre o tema.