Com Enrique Díaz
Há 18 trabalhadores demitidos injustamente na fábrica de Lácteos Kumey, na cidade de Purranque, de propriedade da Parmalat, subsidiária da transnacional francesa Lactalis. No fim de semana, a notificação chegou a eles por telefone. Na segunda-feira, foram proibidos de entrar na fábrica.
Giorgio Trucchi
19 | 09 | 2022
Foto: Difusão
A retaliação da patronal decorre da decisão dos trabalhadores de não terem aceitado as alterações nos horários de trabalho, por impactarem negativamente em seu salário.
“Há algumas semanas, a empresa queria implementar novos horários para os turnos. Para isso, pediram aos trabalhadores que assinassem alguns anexos, permitindo então que procedessem com as mudanças”, explicou Enrique Díaz, presidente do sindicato da Empresa Lácteos Kumey.
“Nós nos reunimos com a empresa para tratar deste assunto, mas quando vimos que as mudanças de horários afetariam financeiramente os nossos companheiros, pedimos à gerente de recursos humanos, Shirley Hoyos, um espaço de diálogo para chegarmos a um acordo”, informou o dirigente sindical.
Diante da recusa da empresa, 18 trabalhadores dos mais de 20 que seriam afetados decidiram não assinar os anexos.
“A partir de sexta-feira, 2 de setembro, a empresa começou a ligar para eles sugerindo que aceitassem a mudança de horário. Como eles se recusaram a aceitar, ligaram novamente, só que desta vez para dizerem que estes trabalhadores estavam demitidos”, disse Díaz.
As ligações informando da demissão foram feitas durante o final de semana (3 e 4 de setembro). Na segunda-feira, os trabalhadores que chegaram à fábrica para retornar ao trabalho foram impedidos de entrar.
A única razão pela qual eles foram demitidos foi a de não terem aceitado a mudança de horário.
As cartas de demissão começaram a chegar na quarta-feira, 7 de setembro.
“Na própria segunda-feira, entramos com uma queixa por práticas antissindicais perante a Inspeção Provincial do Trabalho de Osorno. Além disso, estamos junto ao nosso advogado estudando a forma mais adequada de avançar com o processo”, disse o presidente do sindicato.
Até agora, a Lácteos Kumey (Parmalat/Lactalis) não só mantém suas portas fechadas, como também se coloca de braços fechados para qualquer diálogo.
Enquanto isso, os trabalhadores demitidos se mantêm firmes e dispostos a lutar. O sindicato está acompanhando todos eles neste momento tão difícil para que essa injustiça não fique impune.
“As autoridades trabalhistas já fizeram a fiscalização e estamos aguardando a resolução. O que pedimos é que a empresa reconsidere e respeite os direitos de nossos companheiros. Direitos estes que foram abertamente violentados”, disse Enrique Díaz.
O dirigente sindical, em nome do sindicato e dos trabalhadores demitidos, aproveitou a ocasião para agradecer à Rel UITA por acompanhá-los nesta luta.