Até o momento, o Sindicato de Trabalhadores de La Constancia (Sitraconsta) contabilizou uns 30 trabalhadores despedidos. Todos são filiados, incluindo um dirigente que está protegido pela jurisdição sindical.
“Foi um golpe cruel. Foram despedidos alegando diferentes razões, entre outras a crise gerada pela pandemia, mas sabemos que o objetivo da empresa é enfraquecer a nossa organização”, disse para A Rel, Salvador Galán, secretário geral do Sitraconsta.
As demissões se concentraram em sua grande maioria na fábrica Coca Cola Nixapa, entretanto, poderiam ocorrer nas próximas horas em outras fábricas produtoras de água, refrigerantes e cervejas, assim como nos centros de distribuição.
Para os trabalhadores despedidos, a empresa está oferecendo cem por cento da indenização trabalhista, tal como estabelece a legislação nacional, além de uma bonificação.
“Nos reunimos com as autoridades do trabalho e solicitamos uma inspeção urgente para investigar o que está acontecendo, principalmente no caso do companheiro dirigente que está protegido pela jurisdição sindical”, manifestou Galán.
Há vários meses, o Sitraconsta vem exigindo da La Constancia (AB InBev) o reconhecimento como legítimo representante dos trabalhadores e a abertura urgente de uma mesa de diálogo.
Em inúmeras ocasiões, o sindicato denunciou as constantes práticas antissindicalistas e a perseguição contra os seus filiados.
Mudanças nas rotas de venda para prejudicar a rotina dos funcionários, maus tratos, aplicação de sanções disciplinares sem justa causa, imposição de metas inalcançáveis, sob uma paramétrica injusta, são parte do assédio feroz ao qual estão submetidos os trabalhadores.
Até o momento, a empresa permanece fechada ao diálogo. As demissões de 27 de abril poderiam ser o início de uma nova e mais cruel ofensiva antioperária da transnacional belga-brasileira.
“Quer semear o medo para os trabalhadores se desfiliarem e deixarem de se organizar para exigir e defender seus direitos.
Desde já vamos a nos mobilizar em massa para denunciar este novo ataque contra o movimento sindical”, explicou Galán.
“Sabemos que podemos contar com o apoio e a solidariedade do movimento sindical salvadorenho, da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Açucareiros e Bebidas de El Salvador e da Rel UITA”, garantiu.
Finalmente, o secretário geral do Sitraconsta fez um apelo aos sindicatos do setor Bebida da UITA para que denunciem internacionalmente esta nova ofensiva antissindicalista da AB InBev.
Além de produzir marcas nacionais de cerveja como a Pilsener e a Golden, La Constancia (AB InBev) comercializa marcas internacionais como a Corona, a Modelo, a Budweiser e a Stella Artois.
A transnacional produz e engarrafa também produtos da Coca Cola, água (Cristal), suco (Del Valle), bebidas energizantes (Powerade) e chá (Fuze Tea).