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Diante da intransigência patronal

Deflagram greve na Lactalis

Os trabalhadores e trabalhadoras da transnacional francesa Lactalis do Brasil de Teutônia, Rio Grande do Sul, se declararam em greve na madrugada desta quarta-feira, 25 de outubro.

Amalia Antúnez

25 | 10 | 2023


Foto: STICA

O sindicato reivindica um aumento real de salário que tenta negociar desde maio, sem avanços.

O grupo Lactalis se encontra entre os 10 primeiros do mundo da indústria alimentícia e é o maior produtor mundial do setor de lácteos.

Porém, os trabalhadores e trabalhadoras no Brasil não receberam sequer a compensação pela inflação salarial há três anos.

A negociação passou pela orbita da justiça trabalhista a pedido da Lactalis e ontem, terça-feira 24, durante uma audiência de conciliação, a empresa rejeitou uma proposta do mediador no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, de um ganho de 1 porcento real. 

Os trabalhadores indignados com a falta de reconhecimento do seu trabalho, pela ampla maioria votaram a favor da greve por tempo indefinido.

A transnacional francesa é proprietária das marcas de leite Batavo, Parmalat, Elegê e manteiga Président, entre outras.

Segundo Pedro Mallmann, presidente do Sindicato de trabalhadores das Cooperativas de Alimentos de Estrela e Região, que representa os trabalhadores da Lactalis de Teotônia, até agora a empresa ofereceu somente repor a inflação pelo período 2022-2023.

“Estamos falando de uma empresa que obteve enormes ganhos, que vem comprando em cifras milionárias competidoras como Nestlé, e que se converteu na número um no mundo no segmento de lácteos”, destacou.

A Lactalis tem fama de antissindicalista, porém no caso do Brasil se mostra mais que nada antitrabalhista. Participa das reuniões de negociação, porém não negocia e se limita a impor sua crescente política de precarização salarial. 

Há vários anos, os sindicatos do setor se enfrentam com as artimanhas da transnacional, que apesar de registrar ganhos astronômicos —somente em 2022 declarou haver faturado 30 bilhões de dólares— permanece mesquinha na hora de remunerar os trabalhadores.

“Não é justo que aos trabalhadores e  trabalhadoras, que são os que fazem possível esta riqueza, lhes ofereçam migalhas”, destacou Mallmann.

Fotos: STICA