Em diálogo com A Rel, Neuza Barbosa, secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Alimentação e Afins (CNTA), informou que ambas as organizações promoveram piquetes na frente dos escritórios da empresa.
“Na terça-feira, 14 de março, fizemos uma manifestação diante da sede administrativa da BRF em São Paulo e, no dia 15, nos dirigimos a um dos centros de distribuição, bloqueando por meia hora a BR 116”, afirmou Neuza.
Estes piquetes fazem parte de um programa de ações levado adiante pelas duas filiadas da UITA em função de um acordo definido na última XV Conferência Regional da Internacional, ocorrida em novembro de 2016, na República Dominicana.
“Em primeiro lugar, fomos à administração para entregar uma pauta de reivindicações referentes ao tema do Programa de Lucros e Resultados (PLR), que este ano foi suspenso pela empresa”, informou.
De acordo com a dirigente, ninguém recebeu o documento em nome da BRF, e por isso as organizações sindicais decidiram notificar judicialmente a empresa.
“A empresa está totalmente intransigente nesta questão, e a coisa é mundial. Já começamos as negociações coletivas em alguns estados e, ao que tudo indica, este ano será complicado”, acrescentou.
A pesar de o contexto parecer complicado para qualquer tipo de negociação trabalhista, Neuza afirma que os sindicatos lutarão até o fim.
“Vamos lutar por nossos direitos em todo o país e o positivo de tudo isso é que lutaremos juntos com os companheiros da Contac-CUT”, disse.
Segundo os dados de um recente relatório do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), os lucros da BRF em 2016 chegaram a cerca de 10,9 bilhões de dólares; 4,8 por cento a mais do que em 2015.