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Carta da União Sindical dos Trabalhadores de Limeira

À população, entidades, classe política e sociedade de Limeira

O trabalho sindical nunca pode ser analisado apenas sob ótica trabalhista. Sindicatos realizam políticas de distribuição de renda, quando lutam pelos direitos dos trabalhadores, e também estimulam o desenvolvimento econômico regional, em alguns casos. São auxiliares do Poder Público no trabalho de atendimento social de parte da população, e isto não pode ser ignorado.

Veja por exemplo a situação da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) negociada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Limeira e Região (Stial) na unidade limeirense da Ajinomoto, em junho.

Se cada um dos 2 mil trabalhadores da empresa vai receber 1,77 salários de PLR, em média, e considerando um salário médio de R$ 2.000,00 na empresa, temos que a obtenção do direito vai proporcionar uma injeção de R$ 7 milhões na econômica local.

São números significativos, e que certamente vão ajudar a movimentar nosso setor de comércio e serviços, gerando emprego e renda para a comunidade.

Estamos falando de apenas um caso, diante de inúmeros acordos de PLR realizados na base dos sindicatos filiados à União Sindical dos Trabalhadores de Limeira (USTL). É uma mobilização econômica enorme.

Trabalhadores melhor remunerados consomem mais, e ajudam no desenvolvimento da nação. Auxiliam no aquecimento da economia, criando uma rede de felicidade e sucesso que chega ao final a beneficiar o próprio Estado. Cresce a arrecadação de impostos, crescem os investimentos públicos, cresce o país.

Em tempos de ataque às entidades sindicais, e do despreparo de um governo e Congresso Nacional que fragilizaram seu financiamento, a USTL vem aos senhores para alertar sobre a precarização do salário.

Sem a proteção sindical, o sucateamento salarial vai atingir o trabalhador, enfraquecer a economia, e em alguns caso sobrecarregar os aparelhos públicos. Trabalhadores sem plano de saúde corporativo não migrariam todos para o SUS, de uma só vez? Da mesma forma filhos de operários que estudam em escolas particulares?

É preciso ampliar o debate, e entender o alcance social do trabalho dos sindicatos. Desestruturá-los, com uma súbita mudança sem pretensão honesta de melhoria, pode trazer consequências danosas ao conjunto da comunidade. Vamos refletir sobre isto.

Limeira, 29 de Junho de 2018