Brasil | SINDICATOS | AÇÚCAR

Canavieiros asseguram direitos históricos e decidem pelo fim da greve

Canavieiros e empresários do Setor Sucroalcooleiro participaram, ontem à tarde, de uma Audiência de Conciliação no Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região, e a greve da categoria, iniciada na última segunda-feira, chegou ao final.

Durante a reunião, ficou decidido que os direitos conquistados pelos trabalhadores em Convenções Coletiva foram mantidos, com exceção das horas in itinere (tempo gasto pelo empregado, em transporte fornecido pelo empregador, de ida e volta até o local de trabalho), e algumas conquistas foram registradas, a exemplo do salário, que passou de R$ 970,00 para R$ 1.010,00; o piso de garantia, que ficou em R$ 18,00, e o valor da cesta básica, que passou de R$ 45,00 para R$ 50,00.

“Podemos dizer que saímos vitoriosos dessa greve, porque conseguimos assegurar conquistas importantes da nossa Convenção Coletiva. A questão das horas in itinere só foi retirada porque, infelizmente, a reforma trabalhista abre essa possibilidade.

No entanto, os trabalhadores e trabalhadoras mostraram que estão dispostos a lutar por seus direitos e a paralisar suas atividades, como um ato de resistência, o que muita gente duvidava”, destacou o presidente da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais do Estado de Pernambuco (FETAEPE), Gilvan José Antunis.

Sobre a Greve

Após 13 rodadas de negociação da 39a Campanha Salarial da Categoria, e a ameaça dos patrões de retirada, da Convenção Coletiva de Trabalho, de direitos historicamente conquistados, os canavieiros decidiram, no dia 29 de novembro, decretar greve geral.

Depois de notificar os empresários do Setor, os trabalhadores paralisaram suas atividades na última segunda-feira (02/12). Foram quatro dias de greve, que atingiram usinas de toda a Zona da Mata.

Durante a paralisação, a União Internacional das Associações de Trabalhadores Alimentícios, Agrícolas, Hoteleiros, Restauradores, Tabaco e Afins (UITA) encaminhou uma carta aberta aos empresários do Setor Sucroalcooleiro do estado, pedindo que eles revisassem os seus posicionamentos e retomassem o diálogo com os trabalhadores, buscando uma saída que beneficiasse a todos.

O texto dizia, ainda, que a instituição permaneceria acompanhando a situação, e que estaria pronta para tomar, caso necessário, as medidas pertinentes, em nível nacional e internacional.