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Brasil | SOCIEDADE | CONJUNTURA

Com Jair Krischke

Brasil em seu labirinto

O Brasil transita em meio a um estado de polarização social nunca antes visto, onde a razão e a sensatez foram substituídas pelo ódio e pela intolerância. Enquanto a elite de esquerda se afoga em sua orfandade e arrogância, emerge com ímpeto uma nova direita onde os jovens são protagonistas. “Está tomando corpo um modelo cultural conservador com diferentes suportes: político, religioso, cultural, populacional, com um apoio popular relevante”, como bem assinala o antropólogo Nicolas Guigou. Jair Krischke, presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos de Porto Alegre e assessor da Rel-UITA, nos brinda suas impressões e inquietudes sobre o Brasil, onde a palavra Ordem também substituiu a palavra Progresso.
Amalia Antúnez y Gerardo Iglesias30 | 04 | 2018, 11:0706 | 06 | 2018

Detratores e seguidores de Lula tomaram as ruas e as redes sociais (mais estas últimas que as primeiras), uns para celebrar e outros para lamentar a injustiça cometida contra seu líder.

O certo é que de fora se vê o Brasil como um país onde a direita mais rançosa ganhou a batalha e onde os movimentos sociais revelaram pouca participação e uma profunda crise existencial.

Os sindicatos, divididos e atomizados, também não puderam frear o avanço dos setores empresariais no Congresso, fruto das alianças que os governos Lula e Dilma Rousseff realizaram para manter-se no poder.

- O que acontece no cenário político e social agora que Lula foi preso?
- Pessoalmente, creio que o que está acontecendo é a crônica de uma morte anunciada pois o julgamento do ex-presidente passou por várias instâncias até que finalmente chegasse à ordem de prisão.

O paradoxal dessa situação é que 5 de 6 ministros do Supremo Tribunal Federal que votaram contra o habeas corpus solicitado pela defesa de Lula, e que foram os que o mandaram para a prisão, tinham sido nomeados durante os mandatos do PT.

Por outro lado, temos que analisar que a prisão do ex-presidente se dá em um momento pré-eleitoral, onde o Brasil vive uma situação econômica e social aguda, com uma taxa de desemprego brutal que não baixa. É nesse contexto que se realizam as eleições de outubro.

Há centenas de candidatos disputando, dos mais diversos partidos que possam imaginar, e todos juntos não fazem um.

Por outro lado, aparece esta figura da ultradireita furiosa, Jair Bolsonaro que, segundo as pesquisas, se coloca como segundo em intenção de votos (logo atrás de Lula).

Do meu ponto de vista, estas pesquisas não devem ser levadas em conta já que a campanha eleitoral propriamente dita ainda não começou.

Quando isto acontecer, estou seguro que Bolsonaro não vai resistir, porque os próprios militares (que o detestam) proporcionarão elementos para que sua candidatura caia.

Por sua vez, muitos de seus simpatizantes o apoiam porque ele mantém um discurso anti-Lula. Agora que Lula não está mais na disputa, a candidatura de Bolsonaro, de certa forma, se esvazia.

Lamentavelmente, a esquerda brasileira não soube bem o que fazer durante os anos de governo do PT, surfou sobre boas ondas, mas hoje não temos partidos de esquerda com estrutura e candidaturas suficientes para enfrentar uma campanha eleitoral.

Num exercício de futurologia, posso estimar que Ciro Gomes, que está sendo considerado neste momento como candidato esquerdista, se conseguir o apoio do PT, possa ter alguma possibilidade nas eleições de outubro.

- Além disso, se vê uma sociedade completamente polarizada onde abundam expressões de ódio, algo que parece ter uma raiz de classe.
- Sim, de fato, o discurso imperante está impregnado de expressões de ódio, mas não é um ódio de classe. Sabe por quê? Porque para que haja ódio de classe é preciso que haja um mínimo de inserção político-ideológica e no Brasil isso não existe.

Se trata de uma massa amorfa, sem ideologia, que terminou polarizada na dinâmica de “nós contra eles” e vice-versa.

Assim não...
Quando se perde a ética, o que se pode esperar?

- Por que Lula foi preso e outros políticos envolvidos na Lava Jato, como Aécio Neves, José Serra e o próprio Michel Temer, que estão mais que salpicados por casos de corrupção, permanecem ocupando cargos no governo que os protegem de ter a mesma sorte?
-Não estão presos principalmente porque os amparam seus foros parlamentares e porque realizaram oportunamente manobras para que o Congresso os mantenha onde estão, mas estou seguro que, uma vez que deixem seus cargos, terão que acertar suas contas com a Justiça.

Há outros casos da Lava Jato onde as provas obtidas pela polícia não têm valor devido a erros de procedimento, mas ainda vai ir muita gente presa. Já há vários empresários atrás das grades também, algo que não se lembra muito por estes dias.

Quanto a Lula, teve uma defesa muito ruim no início do julgamento. O porta-voz da equipe de advogados de defesa, (Cristiano) Zanin passou toda a primeira etapa agredindo constantemente aos magistrados e aos fiscais do caso e isso teve um efeito negativo a longo prazo.

Foi só ao final da etapa, quando se chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), que o ex-presidente convocou um dos melhores litigantes do país, Sepulveda Pertence, que foi ministro do STF, um profissional altamente qualificado. Mas ele também não conseguiu reverter a decisão contra Lula.

E os que votaram contra ele, insisto, foram nomeados durante os governos do PT.

As alianças realizadas pelo Partido dos Trabalhadores para manter-se no poder são um dos grandes fatores do seu estridente fracasso.

Quando se quer o poder pelo poder e se termina aliado àqueles que sempre se soube serem bandidos de primeira classe, quando se perde de vista sua ética e seus princípios, o que se pode esperar depois?

Como brasileiro me sinto muito triste por esta situação, mas é preciso assumir os erros cometidos.


Foto: imgion.com

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