Pereira destacou a grande participação e convocatória da reunião, tendo sido possível constatar que no resto do mundo ocorrem os mesmos problemas que no Brasil com relação ao assédio sexual no trabalho, neste caso específico, nas cadeias globais de fast food.
“O encontro deixou claro que as situações de assédio sexual contra as trabalhadoras acontecem, na maioria das vezes, vindas dos cargos de nível médio, como encarregados, gerentes e até mesmo clientes”, informa Pereira.
O dirigente destacou também que um dos grandes problemas para este assunto é as vítimas sentirem medo de represálias por denunciarem o assédio, com também a dificuldade para provar na justiça que foram assediadas.
“Em geral, as denúncias não ocorrem porque as trabalhadoras sentem ou medo de serem demitidas, ou de sofrerem uma perseguição ainda maior, ou até mesmo de perderem o emprego. E a pandemia só agravou essa situação”, indica.
Para Pereira, essa é a primeira barreira que os sindicatos enfrentam na hora de atacarem o problema.
“No Brasil não conseguimos, até agora, levar justiça para nenhum caso concreto de assédio sexual no trabalho. O que sim fizemos foi notificar o Ministério Público, que realiza as audiências correspondentes. Mas, até agora não obtivemos um resultado positivo para as trabalhadoras, devido às dificuldades de provar o assédio”.
O presidente da CONTRATUH afirmou que a conclusão desta reunião é que as ações sindicais deverão se focar na prevenção contra o assédio sexual, como também contra a violência no trabalho.
“Nesse sentido, nossa entidade organiza diversas atividades informativas para as mulheres trabalhadoras, dando uma especial ênfase em convocar companheiras do setor do fast food para esses encontros”.
“A ideia é alertar todas aquelas mulheres que sofrem de assédio no trabalho a se aproximarem de seus sindicatos e a fazerem a denúncia, para poder haver uma maior coleta de informações, e também para podermos atacar as causas desse tipo de violência, geralmente amparada na impunidade”, conclui.