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Acordo garante direitos para demitidos da Nestlé de Cordeirópolis

Os cerca de 100 empregados demitidos pela Nestlé de Cordeirópolis-SP em janeiro, aceitaram um acordo que garante o pagamento de R$ 2.040 a título de Ajuda Alimentação, e a prorrogação do plano de saúde até 31 de agosto. A negociação ocorreu nesta quarta-feira (27), durante audiência na 1ª Vara Trabalhista de Limeira.

Os trabalhadores foram representados pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Limeira e Região (Stial), e o sentimento geral após a audiência era de conquista.

“São benefícios que tornarão menos dura, a trajetória em busca de um novo emprego. Valeu a confiança da categoria, em torno do sindicato”, analisou o presidente do Stial, Artur Bueno Júnior.

A audiência, que contou com a presença de cerca de 80% dos trabalhadores demitidos, também teve a participação do MPT (Ministério Público do Trabalho).

“A busca pelos direitos, diante das demissões injustificadas, deve ser uma prática constante dos trabalhadores. Este caso mostrou que vale a pena”, apontou advogada do sindicato, Yoko Taira.

Os cerca de 100 empregados foram demitidos pela Nestlé no dia 15 de janeiro, e substituídos por trabalhadores terceirizados.

A empresa foi imoral e injusta com o que sempre pregava, de que éramos uma família. Janeiro é um mês ruim demais para demitir, por conta dos gastos extras. Fomos apunhalados pelas costas”, afirmou Rodrigo Stefani.
Os novos trabalhadores terceirizados foram contratados com salários 50% menores, além de redução de benefícios negociados pelo Stial.

“Atualmente, sabemos que a situação na empresa está péssima. Quem ficou está sem clima, e quem entrou (terceirizado) não tem condição, pois há um volume muito grande de trabalho. Saiu uma equipe inteira”, completou Tainá Almeida.

História

Em fevereiro, uma liminar da 1ª Vara Trabalhista de Limeira, obtida mediante pedido do Stial, havia reintegrado o grupo. O argumento do sindicato era que a demissão em massa ocorreu sem negociação, mas após recurso da empresa ao Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, as reintegrações foram suspensas até a audiência.

“O sindicato tem nos apoiado desde o início, e sem eles nem estaríamos aqui (na audiência) hoje”, falou Daniele Calixto. “

É um serviço essencial e necessário para que a gente possa exigir nossos direitos”, emendou ainda Silvio Torres, sobre a ação do Stial.

A empresa foi imoral e injusta com o que sempre pregava, de que éramos uma família. Janeiro é um mês ruim demais para demitir, por conta dos gastos extras. Fomos apunhalados pelas costas
(Rodrigo Stefani)

Fotos: Stial