Juan Sierra, secretário geral de nossa filiada, informou para A Rel que tanto o gerente geral como a gerente de Recursos Humanos vêm impondo uma série de recortes nos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras, violando desta maneira as disposições do convênio coletivo sobre as condições de trabalho.
“Por primeira vez temos um gerente dominicano em nossa fábrica, o senhor Manuel Frontán, e em Recursos Humanos temos Francina Nuñez.
Estas são duas pessoas complicadas que a Nestlé decidiu colocar na fábrica de San Cristóbal visando a acabar com o sindicato e a cercear as conquistas obtidas mediante convênio coletivo”, destacou Sierra.
O dirigente informou que além disso foram violadas diversas cláusulas do acordo assinado entre as partes, o próprio estatuto interno da empresa e o regulamento referente à saúde e à segurança no trabalho.
“As licenças por doença ou por incapacidade não estão sendo pagas como se deve e há um claro deterioro nas condições de trabalho na fábrica”, denunciou.
De acordo com Sierra, o sindicato já recorreu a todas as instâncias antes de tomar medidas e de solicitar a mediação no Ministério do Trabalho.
“Nosso próprio convênio estipula os passos a seguir e as instâncias que devem ser cumpridas em um conflito entre o sindicato e a empresa. Já cumprimos com todos os passos sem chegar a nenhum acordo”, indicou.
“Nós já nos reunimos com todos os gerentes locais e regionais sem conseguirmos avançar em nenhum ponto. Decidimos dar uma trégua para ver que medidas tomariam, se era viável uma saída, mas não foi assim. A Nestlé não atuou de boa fé”.
Sierra informou que a empresa denunciou o sindicato ao Ministério do Trabalho, acusando-o de descumprir o convênio.
“Desde que começou a negociação, a Nestlé San Cristóbal está dizendo que ganhamos muito, quando o salário básico é de aproximadamente 500 dólares. O que estão tentando é reduzir direitos já adquiridos e dizimar a organização sindical”.
O Sindicato solicitou a mediação do ministério para destravar o conflito antes de se chegar a uma medida de força maior como a greve.
“Teremos uma audiência no dia 14 de novembro. Contamos com o apoio da Rel-UITA e da Federação Latino-Americana de Trabalhadores da Nestlé (Felatran), além das centrais operárias do país às que estamos filiados”, concluiu Sierra.