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Com Juan de la Cruz

A Nestlé e suas desculpas de sempre

O andamento das negociações na filial peruana da Nestlé foi o foco desta breve entrevista que A Rel manteve com o secretário geral do Sindicato Único dos Trabalhadores da Nestlé Peru (Suntranep).

Gerardo Iglesias

10 | 06 | 2022

-Como vão as negociações com a Nestlé?
-Estamos avançando pouco a pouco junto ao comitê de negociação. Em março tivemos algumas reuniões. Em maio tivemos outras.

-Vocês têm a sensação de que está havendo algum progresso, apesar dessa lentidão?
-Em alguns aspectos sim, mas a empresa sempre enfatiza o quão ruim é sua situação tanto no Peru quanto no mundo. Dizem isso para imediatamente depois dizerem que não podem nos dar os aumentos salariais e colaterais que exigimos.

-Quantas pessoas a transnacional emprega no Peru?
-Cerca de 1.500 pessoas em total. Na fábrica deve haver cerca de mil, mais outras 500 nos períodos de safra. Infelizmente, os sindicatos estamos divididos. Para se ter uma ideia, existem quatro sindicatos.

Um deles, muito minoritário, é privilegiado pela empresa para negociar em primeiro lugar porque eles concordam com o mínimo e depois a direção quer impor o que foi acordado com eles aos demais sindicatos, em nome da igualdade de tratamento para todos os trabalhadores.

-O sindicato já decidiu se filiar à UITA?
-Isto está praticamente definido, mas queremos continuar sondando os companheiros e companheiras para que, quando tocarmos neste ponto durante a assembleia, todos já estejam previamente informados.