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Seminário Saúde e Segurança em Frigoríficos

“A luta pelos nossos direitos nos irmana”

O secretário geral da Federação Gremial do Pessoal da Indústria da Carne e seus Derivados da Argentina analisou o plano de reforma trabalhista do governo de seu país e como o movimento operário, apesar de suas diferenças, conseguiu evitar que fosse votado. Fantini convidou seus pares brasileiros para continuarem as ações conjuntas para melhorar as condições trabalhistas no setor.

O experiente dirigente manifestou surpresa e preocupação com o que foi afirmado no seminário sobre a situação no Brasil.

Vou daqui preocupado pelo que está acontecendo neste país em termos de ataques aos direitos trabalhistas e sociais, bem como pela falta de mobilização popular para combater estes ataques”, disse.

O governo de Mauricio Macri “tentou votar uma reforma parecida mas nós não a deixamos passar. Milhares e milhares de trabalhadores e trabalhadoras cercaram o Parlamento e eles não tiveram a coragem de votá-la”, lembrou.

Fantini observou que todas as palestras no encontro de Florianópolis terminaram com a mesma interrogante: “O que se pode fazer para que não continuem arrebatando as conquistas do movimento operário?

Escutar as bases

“Deste seminário, talvez se vislumbre uma saída. Notei um desejo de unidade para frear os retrocessos em matéria de direitos trabalhistas e sindicais, que todos vêm sofrendo, principalmente agora que o governo pretende eliminar as normas reguladoras do setor”, afirmou.

Para Fantini, sempre que um governo tentar cercear direitos da classe trabalhadora, a liderança sindical deve ser a primeira em reagir.

Os dirigentes sindicais devem se aproximar das bases, escutá-las, estar presentes, ser verdadeiros representantes”, destacou.

Neste sentido, parabenizou o compromisso das duas grandes confederações da alimentação do BrasilContac e CNTA – de unirem forças para frear o avanço feroz dos empresários e do governo.

“Nós vamos retomar as ações conjuntas entre os sindicatos que compartilharem os mesmos empregadores e colocar em marcha o convênio assinado entre a Rel UITA, a Federação, o MPT do Brasil e o Ministério do Trabalho da Argentina, para fazer o acompanhamento de um projeto que vise a melhorar as condições de saúde e de segurança nos frigoríficos de ambos os países”, adiantou.

Fantini propôs um novo encontro do setor das carnes, desta vez na Argentina.

“A ideia é promover ações conjuntas, porque nossos problemas são os mesmos, nossos empregadores os mesmos e, portanto, temos que unir esforços para combater os avanços contra a classe operária na América Latina.

A luta pelos nossos direitos nos irmana”, finalizou.