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Brasil | SINDICATOS | LACTALIS

Com Artur Bueno de Camargo

A luta desigual com a transnacional Lactalis

Artur Bueno de Camargo, presidente da CNTA, nesta entrevista relata em que pé está o conflito entre a transacional e as organizações sindicais que representam os trabalhadores e as trabalhadoras da Lactalis do Brasil.

Amalia Antúnez

30 | 03 | 2022


Artur Bueno de Camargo | Foto: Gerardo Iglesias

-Em que pé está a negociação coletiva com a Lactalis?
-A empresa francesa impôs no ano passado, durante a negociação coletiva, um reajuste salarial que não contemplava toda a inflação, alegando não ter condições financeiras para fazê-lo.

Informação no mínimo inverossímil, considerando o crescimento exponencial da empresa, pois atualmente é a número um do mundo no setor de laticínios.

-Essa situação já tem durado bastante...
-Para se ter uma ideia, existem alguns sindicatos que não conseguem assinar acordos há pelo menos dois anos.

E devido à reforma trabalhista de 2017, eles estão em clara desvantagem, pois a legislação permite que quando os sindicatos não aceitarem uma proposta da empresa, ela possa nomear uma comissão negociadora diretamente com os trabalhadores, deixando de lado os representantes sindicais.

-Qual é o perigo disso?
-A pressão que os trabalhadores e as trabalhadoras sofrem pode levá-los a aprovar algo que é claramente desvantajoso para eles.

Todas as resoluções que tomamos na última reunião nacional do grupo Lactalis na última sexta-feira, dia 25, visam a impedir que a transnacional chegue a essa instância, pois aí então a luta será totalmente desigual.

Encarar essa batalha

A reforma trabalhista e a conjuntura socioeconômica decorrente da pandemia enfraqueceram a presença sindical. Até agora não podemos realizar assembleias com todos os trabalhadores e trabalhadoras.

Soma-se a isso uma sistemática política antissindical da Lactalis, que realiza campanhas para desprestigiar as organizações sindicais, negociando paralelamente com cada sindicato por separado, com o objetivo de enfraquecê-los ainda mais.

É uma luta desigual, mas vamos encarar essa batalha, lutando até o fim.

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