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Com Artur Bueno de Camargo
Lactalis e suas políticas de trabalho

A intransigência como denominador comum

A transnacional francesa continua se recusando a aceitar as reivindicações por aumentos salariais para seus trabalhadores e trabalhadoras no Brasil. Artur Bueno de Camargo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores e das Trabalhadoras da Alimentação e Afins (CNTA), informou que a Lactalis não tem intenção de negociar nacionalmente.
Artur Bueno de Camargo | Foto: Gerardo Iglesias

"A resposta da empresa ao pedido da CNTA, CONTAC e da UITA para reajustar os salários considerando a inflação do período foi negativa, alegando falta de orçamento", disse Artur.

A Lactalis, a primeira do mundo no setor de laticínios, impôs sem acordo com os sindicatos, de forma unilateral, um reajuste salarial 3 pontos abaixo da inflação do período, recusando-se terminantemente a repor a diferença.

"Por outro lado, fica claro que a Lactalis busca negociar condições de trabalho e salários de forma fracionada com cada sindicato, deixando de lado as convenções nacionais, buscando enfraquecer e dividir a organização sindical por setores."

O dirigente informou que o departamento jurídico da CNTA está analisando possibilidades para enfrentar a intransigência da transnacional produtora de laticínios.

“Infelizmente o que nos resta é seguir o caminho jurídico. Estamos vendo com nossos assessores quais medidas tomar", disse.

Alguns sindicatos e federações que representam os trabalhadores e as trabalhadoras da Lactalis Brasil não conseguem assinar acordos coletivos desde 2019 e as dificuldades de negociação com a empresa ocorreram em todo o país, a partir do ano seguinte.

“Sabemos pela nossa participação em reuniões internacionais com outros sindicatos da Lactalis de outras regiões que a transnacional mantém essa política no mundo inteiro”, destacou Artur.

"Continuaremos trabalhando em conjunto com a UITA internacional em busca de estratégias comuns para reverter as ações verticais desta empresa."