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Com Neuza Barbosa de Lima

“A indústria frigorífica não valoriza a vida de seus trabalhadores”

“Procuramos alertar o mercado financeiro, onde grandes grupos frigoríficos como a JBS negociam, sobre as condições em que os trabalhadores do setor estão produzindo”, disse a dirigente d CNTA, Neuza Barbosa de Lima, que participou do protesto realizado hoje em frente à Bolsa de Valores de São Paulo.
Foto: CNTA|Contac

Convocada pela CNTA, CONTAC e a Rel UITA, a mobilização tem como objetivo conscientizar sobre os problemas enfrentados por esses trabalhadores e pressionar as empresas a melhorarem os protocolos de saúde visando a prevenção e o controle da Covid-19.

A indústria frigorífica tem sido uma das principais fontes de contágio e proliferação do vírus no país. Estima-se que 25% dos trabalhadores foram contaminados e o número aumenta proporcionalmente, em virtude da falta de medidas eficazes para contê-lo.

Entre 70 e 80 dirigentes e trabalhadores participaram do ato de hoje (24). O protesto foi dirigido principalmente ao Grupo JBS, que permanece fora dos acordos de controle da disseminação do vírus em seus frigoríficos.

“A JBS é uma das principais empresas que não cumprem as medidas de prevenção mais básicas, como o fornecimento adequado de equipamentos de proteção individual e o distanciamento entre trabalhadores nas linhas de produção”, lembra Neuza.

A dirigente destacou que os trabalhadores dos frigoríficos também sofrem forte estresse no trabalho devido a esta situação.

“Eles não só trabalham com o medo ao contágio da Covid-19, mas também em condições adversas, usando a mesma máscara por cinco dias, e no melhor dos casos, por um dia inteiro, quando se sabe que essas máscaras duram de 4 a 5 horas ”, diz ela.

A vida não negocia ações na Bolsa

As organizações sindicais buscam que tanto o mercado financeiro quanto os consumidores estejam cientes dessa realidade e da conduta de algumas empresas, que priorizam o lucro aos seus funcionários.

“Estão reduzindo custos em detrimento da saúde dos trabalhadores, em um momento em que a produção diária para exportação cresce cada vez mais e os preços da carne aumentam, sem falar que não há valorização diferenciada para esses colegas, que arriscam diariamente a sua saúde e a de seus familiares para que essas empresas encham o bolso ”, finalizou.