-Quão importante é este seminário para a realidade social do Brasil hoje?
- Este governo está atacando de uma forma voraz todas aquelas conquistas que nos levou longo tempo e bastante trabalho para alcançar. Estão tirando tudo de nós e eles vem por tudo.
Portanto, haver uma coordenação entre os sindicatos e o Ministério Público, mesmo com possíveis diferenças, é um incentivo para continuarmos nesta luta, que não é nem será fácil.
A Rel UITA desempenha um papel fundamental no apoio dado aos sindicatos brasileiros e este encontro é prova tangível disso.
- Além disso, o governo de Bolsonaro está promovendo a modificação das normas regulamentadoras.
-Exatamente. Estão discutindo uma flexibilização das normas regulamentadoras das condições de saúde e segurança no trabalho, quando essas condições, apesar da existência das normas, são muito precárias.
Houve recentemente um grave acidente em uma fábrica da Heineken, e há acidentes diariamente nas fábricas e frigoríficos do Brasil. Só que são acidentes completamente evitáveis.
-Com a Reforma Trabalhista isto se agravou?
-Muitas vezes, os acidentes nos locais de trabalho ou durante o trajeto ao trabalho são consequência de jornadas extenuantes, dos bancos de horas, das terceirizações, e da pejotização dos trabalhadores, embalados por este falso ideal de mercado de que você será autônomo e independente, quando de fato você será apenas mais um trabalhador precarizado.
O movimento sindical lutou contra tudo isto. Porém, com estas modificações nas NRs, será ainda maior o deterioro imposto pela reforma trabalhista.
Nós, trabalhadores e trabalhadoras, devemos tomar consciência de que sem saúde não somos nada. Por isso, devemos lutar para manter o nosso direito de ter um ambiente de trabalho saudável e seguro.
Acredito que é na adversidade que nos unimos mais. Por isso, apesar do panorama desalentador, estou confiante de que vamos sair desta.
Em Florianópolis, Amalia Antúnez